Resultado Censo 2010
sábado, 30 de abril de 2011
Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica
Fabiana Uchinaka
Do UOL Notícias
Em São Paulo
A população brasileira cresceu, ficou menos branca, um pouco mais masculina eenvelheceu. Nos últimos dez anos, houve um aumento vertiginoso do número de moradias, dos consumidores com energia elétrica e das casas com distribuição de água. Evoluímos, embora 730 mil pessoas ainda precisem de acesso a luz e 4 milhões de casas não tenham água tratada. Os dados fazem parte do Censo Demográfico 2010 e foram apresentados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
População brasileira:
190,7 milhões
é o tamanho da população brasileira em 2010
600 mil
é o número de crianças sem certidão de nascimento
A educação também melhorou, mas não o que era esperado. O nível de analfabetismo do brasileiro passou de 12% em 2000 para 9,6% agora, mas opaís não conseguirá cumprir a meta de Dakar, estabelecida dez anos atrás no Fórum Mundial de Educação, que pretendia baixar para 6,5% o percentual de pessoas que não sabem ler ou escrever.
Um dado que chamou a atenção foi o de que menos da metade da população se declarar branca. É a primeira vez que isso acontece no Brasil. Ao todo, 91.051.646 habitantes se dizem brancos, enquanto outros 99.697.545 se declaram pretos, pardos, amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000. Em números absolutos, foi também a única categoria que diminuiu de tamanho.
Já as mudanças na estrutura etária foram substantivas ao longo dos anos. Segundo o levantamento, de 1990 para cá, por conta da queda da mortalidade e dos níveis de fecundidade, houve um aumento constante no número de idosos e uma diminuição significativa da população com até 25 anos.
Até a década de 1940, predominavam os altos níveis de fecundidade e mortalidade. Dez anos depois, o Brasil viu sua população aumentar quase 35%, com um crescimento de cerca de 3% ao ano, maior aceleração já registrada. Na década de 1960, o nível de fecundidade começou a cair e, desde então, a população vem crescendo mais lentamente.
Na comparação com o censo passado, feito em 2000, a população brasileira cresceu 12,3%, uma média de 1,17% ao ano, a menor taxa da série histórica. Hoje, somos 190.755.799 brasileiros.
O crescimento, porém, não foi uniforme. No Amapá, a população quadruplicou nos últimos 30 anos, enquanto o Rio Grande do Sul, Estado que teve menor crescimento do país, vê sua população praticamente estagnar. Os menores municípios foram os que perderam mais moradores e os maiores foram os que mais ganharam --mais de 60% daqueles com menos de 2.000 habitantes em 2010 apresentaram taxa de crescimento negativa.
Nas zonas urbanas, o Brasil acumulou mais 23 milhões de habitantes, duas vezes a população da cidade de São Paulo, o que desperta temores de um saturamento das estruturas.
São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador continuam sendo os municípios mais populosos.Belo Horizonte, que era o quarto mais populoso em 2000, passou para o sexto lugar,Manaus pulou do nono lugar para sétimo, enquanto Brasília subiu do sexto para quarto posto no ranking. Porto Alegre foi o que teve menor crescimento.
Leia mais
- Curiosidades do Censo sobre raça no Brasil
- Top 10 curiosidades do Censo sobre municípios
- Top 10 curiosidades sobre aumento populacional
Amapá, Roraima, Acre, Amazonas e Pará, todos naregião Norte, foram os que tiveram maior expansão no número de habitantes. Surge um movimento migratório importante, de ocupação de um território historicamente esvaziado, a partir da expansão das indústrias madeireira, pecuária, de mineração e extrativa.
Não por acaso, Norte e Centro-Oeste foram as duas únicas regiões onde as populações rurais aumentaram. Em âmbito nacional, 2 milhões de pessoas deixaram o campo entre 2000 e 2010, mas na última década o êxodo rural caiu pela metade.
E, apesar de ainda ter a menor densidade populacional, o Norte possui a maior média de moradores por domicílio: em média, quatro pessoas por casa. Dos 57,3 milhões domicílios existentes no Brasil, apenas 6,9% ficam na região, contra 44% do Sudeste e 26% do Nordeste. Mesmo assim, houve um aumento de mais de 41% no número de habitações dos Estados do Norte entre 2000 e 2010.
A expansão das moradias é um fenômeno importante que foi revelado pelo último Censo. Houve um aumento de quase 28% nos domicílios na década, mais que o dobro do crescimento da população brasileira no mesmo período.
O Censo 2010 registrou 9% dos domicílios particulares vagos, sendo que as regiões Nordeste (10,8%) e Centro-Oeste (9,1%) apresentam os maiores percentuais.
COMPARE O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 1872-2010
LEIA MAIS SOBRE O CENSO
- Veja curiosidades do Censo 2010 sobre os municípios brasileiros
- Brancos são menos da metade da população pela primeira vez no Brasil
- Top 10: curiosidades do aumento populacional nos Estados
- Sudeste lidera ranking de mortalidade infantil entre 2009 e 2010
- Curiosidades do Censo sobre raça no Brasil
- Êxodo rural cai pela metade em uma década
- Em dez anos, diminui o número de crianças e aumenta o de idosos no Brasil
- Em dez anos, diminui o número de crianças e aumenta o de idosos no Brasil
- Em 20 anos, zonas urbanas do país crescem o equivalente a duas Xangai
- Em uma década, número de moradias aumenta mais que o dobro que o crescimento da população
- Em dez anos, cresce percentual de imóvel alugado e cai o de casa própria
- São Paulo concentra maiores densidades demográficas do país; menores estão no Amazonas
- Maranhão tem maior proporção de baixa renda; SC registra a menor
- População do Rio Grande do Sul cresce a "ritmo suíço", aponta IBGE
- Com migração agrícola, Norte é região onde população mais cresce no país, mostra IBGE
- População masculina já é maioria entre menores de 19 anos no Brasil
- Brasil tem 661 mil jovens e 132 mil crianças responsáveis pelo próprio domicílio, diz IBGE
- IBGE aponta que distribuição de água cresceu em todas as regiões do Brasil
Os despreparo dos pracinhas do Brasil por João Barone
sábado, 23 de abril de 2011
O despreparo dos pracinhas e do Brasil JOÃO BARONE
Ao desprezar a história da FEB na Segunda Guerra, o Brasil seguirá despreparado para assumir seu lugar, seja lá qual for, onde quer que seja |
Entre os conhecedores da incrível saga que foi a participação do Brasil na Segunda Guerra, existe uma história que é exemplo dos muitos paradoxos que envolvem o tema. Quando os ex-combatentes eram abordados por jornalistas ou documentaristas buscando algum fato sobre a participação do Brasil na guerra, começavam a entrevista com uma pergunta ao entrevistador: "Mas o senhor vai falar bem ou vai falar mal da FEB?".
Acredito que a maioria dos ex-combatentes que leram a matéria daFolhasobre o despreparo dos pracinhas ("Pracinhas foram à 2ª Guerra sem preparo",Poder, 3/4) deve ter achado que ela era "uma matéria contra a FEB".
Para o público em geral, o mesmo artigo deixou dúvidas se o esforço empreendido para essa façanha valeu ou não. Por outro lado, serviu para tirar da toca aqueles que, como eu, acreditam que esse esforço não foi em vão.
Depois de sofrer com a guerra e de provar que o brasileiro tem fibra e coragem no campo de batalha, os ex-combatentes brasileiros, ao contrário dos ex-combatentes de outras nações, foram esquecidos e -pior- depreciados em seu próprio país. As desculpas para tal gafe são sempre as mesmas: fomos joguete nas mãos dos Estados Unidos e o brasileiro não tem memória.
Longe de qualquer tentativa ufanista de enaltecer a participação do Brasil na Segunda Guerra, é preciso entender aquela época, avaliar o que aconteceu, como a parceria Vargas-Roosevelt, os torpedeamentos dos navios brasileiros pelos nazistas e a tentativa de incluir o Brasil no bonde da modernidade, no momento em que se desenhava a ONU e uma nova ordem mundial.
Pano rápido. Durante seus oito anos de mandato, o ex-presidente Lula esteve por diversas vezes na Itália e não se preocupou em visitar uma única vez o solene Monumento Votivo na cidade de Pistoia, que foi erigido em honra aos 470 brasileiros que morreram em combate na guerra. Isso retrata bem o desconhecimento que o brasileiro comum tem dessa passagem importante da nossa história.
Meu pai, que foi um dos 25 mil pracinhas, pouco falava sobre seus dias no front. Os que lutaram preferiram esquecer. Nós é que não podemos nos esquecer, pois seria invalidar esse esforço. Se foram vítimas da política, dos interesses econômicos, se estavam despreparados, pouco importa. O Brasil lutou. Se foi preciso ou não, podemos discutir isso até hoje, à luz da democracia, que inclusive voltou ao Brasil depois da guerra.
O fato é que lutamos. Muitos países que lutaram contra a tirania nazista estavam despreparados. Mas o Brasil foi lá, cruzou o Atlântico, numa verdadeira epopeia, tentando entrar a fórceps na modernidade. Só isso já seria motivo para entender o que aconteceu e validar o sacrifício de quem esteve sob fogo de metralhas e canhões nazistas.
Voltando um pouco no tempo, o presidente americano Roosevelt prometeu à Vargas um lugar de destaque para o Brasil na ONU, o que não aconteceu. Até hoje estamos esperando uma cadeira no Conselho de Segurança, depois de mandar tropas ao Suez, ao Timor Leste e ao Haiti. Ao desprezar a história da FEB na Segunda Guerra, o Brasil vai continuar despreparado para assumir seu lugar, seja lá qual for, onde quer que seja. Viva a FEB!
JOÃO BARONE baterista da banda "Os Paralamas do Sucesso", produziu o documentário "Um Brasileiro no Dia D" e prepara um documentário e um livro sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra.
Dia da Escola - SP
sábado, 2 de abril de 2011
No Dia da Escola, veja como eram as aulas na São Paulo do século passado UOL Educação -
Documentos da ditadura são expostos no Arquivo Nacional
Folha de S. Paulo, 01 de abril de 2011, 1o Caderno. Pág. A9
Documentos da ditadura são expostos no Arquivo Nacional
RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO
Envolvido em recente polêmica sobre a dificuldade de acesso a dados do período da ditadura militar, o Arquivo Nacional inaugura hoje, no Rio, a exposição "Registros de uma Guerra Surda", com 220 documentos da época.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participará da cerimônia de inauguração, às 19h. A partir de segunda-feira, a exposição estará aberta ao público.
Entre os principais destaques da mostra estão os originais do Ato Institucional nº 5 e da ata da reunião do conselho de ministros que discutiu sua edição. Ambos serão expostos pela primeira vez.
A exposição traz também pareceres da censura contra composições de artistas.
A exposição é fruto do projeto "Memórias Reveladas", patrocinado por estatais como o Banco do Brasil, que reuniu um acervo de 16,8 milhões de páginas de arquivos estaduais e federais.
No fim do ano passado, o historiador Carlos Fico deixou a comissão de altos estudos do projeto por causa das dificuldades para acessar documentos que poderiam ferir a intimidade das pessoas por eles retratadas.
Para o diretor-geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes, a exposição demonstra a vontade da instituição de tornar públicos os arquivos.
Deve servir, ainda, de combustível para que o projeto de uma nova Lei Geral de Acesso à Informação, hoje parado no Senado, avance.
"Há que se buscar uma alternativa para tornar isso [o acesso aos arquivos] universal, embora a Constituição diga que são invioláveis a intimidade, a honra e a imagem das pessoas", disse.
Para o diretor do Arquivo Nacional, a lei serviria como instrumento de "transparência pública".
Documentos da ditadura são expostos no Arquivo Nacional
RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO
Envolvido em recente polêmica sobre a dificuldade de acesso a dados do período da ditadura militar, o Arquivo Nacional inaugura hoje, no Rio, a exposição "Registros de uma Guerra Surda", com 220 documentos da época.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participará da cerimônia de inauguração, às 19h. A partir de segunda-feira, a exposição estará aberta ao público.
Entre os principais destaques da mostra estão os originais do Ato Institucional nº 5 e da ata da reunião do conselho de ministros que discutiu sua edição. Ambos serão expostos pela primeira vez.
A exposição traz também pareceres da censura contra composições de artistas.
A exposição é fruto do projeto "Memórias Reveladas", patrocinado por estatais como o Banco do Brasil, que reuniu um acervo de 16,8 milhões de páginas de arquivos estaduais e federais.
No fim do ano passado, o historiador Carlos Fico deixou a comissão de altos estudos do projeto por causa das dificuldades para acessar documentos que poderiam ferir a intimidade das pessoas por eles retratadas.
Para o diretor-geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes, a exposição demonstra a vontade da instituição de tornar públicos os arquivos.
Deve servir, ainda, de combustível para que o projeto de uma nova Lei Geral de Acesso à Informação, hoje parado no Senado, avance.
"Há que se buscar uma alternativa para tornar isso [o acesso aos arquivos] universal, embora a Constituição diga que são invioláveis a intimidade, a honra e a imagem das pessoas", disse.
Para o diretor do Arquivo Nacional, a lei serviria como instrumento de "transparência pública".
IBGE - Mapa-mundi
quarta-feira, 30 de março de 2011
O IBGE lançou um mapa-mundi
digital, com síntese, histórico, indicadores sociais, economia, redes,
meio ambiente, entre outras informações.
http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php
digital, com síntese, histórico, indicadores sociais, economia, redes,
meio ambiente, entre outras informações.
http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php
Florestan Fernandes - "O Mestre"
sexta-feira, 11 de março de 2011
:: BAIXE E USE - VÍDEO EM ALTA RESOLUÇÃO ::
A TV Câmara apresenta o documentário especial Florestan Fernandes – “O Mestre”. O vídeo retrata a vida do engraxate, garçom, professor, deputado, constituinte, que fez da vida uma verdadeira aula.
Para o professor Antônio Cândido ele foi o único grande homem de sua geração; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala do amigo com a reverência de um filho para um pai, inclusive nas discordâncias; os ministros José Dirceu e Luiz Gushiken lembram do político como dois discípulos de sua conduta, acrescida de uma dose de pragmatismo; o ex-ministro Jarbas Passarinho sustenta que discordavam ideologicamente, mas os unia a afinidade intelectual; a professora Mirian Limoeiro sustenta que ele fez da sociologia uma ciência; o deputado Ivan Valente fala do marxista aberto a todas as discussões; seu filho, Florestan Fernandes Júnior, lembra do eterno otimista. Todos estão juntos no documentário.
Durante 50 minutos são percorridos os caminhos mais duros da sua infância do Brás, por onde andou carregando sua caixa de engraxate em direção ao centro histórico e às portas dos grandes cinemas, ou subindo o morro dos Ingleses, para entregar ternos nas mansões da burguesia paulista. Trabalhava como garçom quando, aos 17 anos, resolveu cursar o que na época era chamado madureza, hoje supletivo, para despontar depois na primeira geração de professores brasileiros da Universidade de São Paulo (USP) e ser considerado o maior sociólogo brasileiro, uma referência internacional na sociologia.
Eleito duas vezes pelo PT, era um ícone na Câmara dos Deputados, sempre tratado de professor. Foi aluno de Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss, professor de Fernando Henrique Cardoso e Otávio Ianni, colega de Antônio Cândido e Hermíno Sachetta, com que trilhou o trotskismo.
Suas primeiras grandes obras, das mais de 50 que publicou, foram sobre a sociedade dos índios Tupinambá, tribos da faixa litorânea praticamente extintos desde o século XVII. Elas se tornaram uma referência para a sociologia em geral e para sua vida em particular. Sobre sua formação escreveu:
“...descobri que o 'grande homem' não é o que se impõe aos outros de cima para baixo, ou através da história; é o homem que estende a mão aos semelhantes e engole a própria amargura para compartilhar a sua condição humana com os outros, dando-se a si próprio, como fariam os meus tupinambá”.
Florestan Fernandes morreu aos 75 anos, em 10 de agosto de 1995, vítima de dois erros médicos no Brasil.
Este documentário, dirigido por Roberto Stefanelli, recebeu em 2004 o prêmio Vladimir Herzog, a mais importante premiação jornalística da área de direitos humanos do país.
Assinar:
Postagens (Atom)