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MAPA MUNDI DIGITAL - IBGE/ ESPETACULAR

MAPA MUNDI DIGITAL - IBGE/ ESPETACULAR

sábado, 14 de janeiro de 2012





- MAPA MUNDI DIGITAL - IBGE/ ESPETACULAR















Recentemente o IBGE lançou um mapa-mundi digital, com síntese, histórico, indicadores sociais, economia, redes, meio ambiente, entre outras curiosidades, vale a pena conferir! Já que não dá para ir pessoalmente vamos curtir as informações de kda país.









www.ibge.gov.br/paisesat/main.php









 









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Paris in 1900 - Exposition Universelle [Rare Footage]

Paris in 1900 - Exposition Universelle [Rare Footage]

segunda-feira, 17 de outubro de 2011
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=n-4R72jTb74?fs=1&w=459&h=344]
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Professor...

Professor...

sábado, 15 de outubro de 2011
"O professor do meu tempo vai desaparecer. Ele não ficará mais sozinho. Três pessoas vão elaborar a aula: Aquele que chamamos de professor, alguém que entende de programação para colocar no computador o que o educador quer ensinar, e um terceiro, da área de telecomunicações, para espalhar isso no mundo". (...) "O professor deve estar ciente de que não sabe muita coisa. O que ele aprendeu na universidade não vale, necessariamente, mais. Por isso, tem que aprender a aprender de novo! Precisa compreender que o aluno pode estar fazendo coisas que ele não domina e reconhecer seus limites se não for capaz de usar novas tecnologias. O professor que não quer usar o computador é como um médico que não quer usar tomografia computadorizada. O professor TEM que aprender a mexer no computador".
Cristovam Buarque, Revista Isto é (Junho/2007)
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Projeto da UnB cria 'Google Earth' para Brasil da era colonial

Projeto da UnB cria 'Google Earth' para Brasil da era colonial

sexta-feira, 29 de julho de 2011
"O nosso projeto é colaborativo. Queremos que ele funcione como uma rede de contatos sobre a história colonial do Brasil. Isso pode incluir genealogistas, historiadores locais e outras pessoas"
TIAGO GIL
Professor Departamento de História da Universidade de Brasília
Projeto da UnB cria 'Google Earth' para Brasil da era colonial

Historiadores e geógrafos estão unindo mapas que vão do século 16 ao 19 com as imagens digitais de satélites


Versão inicial já pode ser acessada de graça; ideia é criar ferramenta para estudar dinâmica espacial do povoamento


Além de ajudar gente conectada a achar restaurantes ou fugir do trânsito, o Google Earth está dando uma mãozinha a historiadores e geógrafos que querem criar um mapa mais preciso dos altos e baixos do Brasil colonial.
O projeto, coordenado pela UnB (Universidade de Brasília) e com participação de várias outras universidades federais, está fundindo os recursos do Google Earth com cerca de 2.000 mapas do império colonial português.


VERSÃO ALFA
Já é possível conferir parte do resultado no endereço eletrônico atlas.cliomatica.com. "Ainda é uma versão beta; aliás, é quase uma versão alfa", brinca Tiago Gil, do Departamento de História da UnB, referindo-se às letras gregas usadas para designar versões preliminares de um programa de computador.
Uma forma mais polida do site deve estar disponível no mês que vem, afirma Gil, que coordena o projeto, batizado de Atlas Digital da América Lusa, ao lado de Leonardo Barleta, da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
A ideia dos pesquisadores é sobrepor os mapas do Brasil-Colônia às imagens de satélite atuais, empregando também recursos interativos.
Em vários casos, vai ser possível ver como o povoamento avançou e mapear com precisão os ciclos regionais de prosperidade (e bancarrota) durante a era colonial.
Um caso emblemático é o de São João Marcos, vila do século 18 que prosperou com a lavoura de café mas acabou sendo engolida por uma represa nos anos 1940.


CIDADES PERDIDAS
"Uma das pesquisas que o projeto está tocando, desenvolvida pelas bolsistas Mariana Leonardo, Rafaela do Nascimento e Luiza Moretti, é justamente sobre essas 'cidades perdidas', localidades que ou não cresceram ou tiveram sua ascensão e queda", diz Gil.
"É o caso de vários outros pontos da América Lusa, particularmente nas regiões mineradoras, como Minas, Mato Grosso e Goiás", explica.
Felizmente, o sumiço de São João Marcos sob as águas é um caso extremo.
"O mais frequente é a estagnação dos espaços, que muitas vezes são incorporados por regiões metropolitanas ou simplesmente se mantém como pequenas povoações", afirma o pesquisador.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, foi uma mera decisão política a responsável por transformar "Porto Alegre de Viamão" na capital da região.
Já a própria Viamão hoje é mera cidade-dormitório de Porto Alegre. Do mesmo modo, pouca gente hoje em dia conhece Mostardas e Bojuru, localidades gaúchas que eram relevantes no século 18.
Segundo o especialista da UnB, a escassez de fontes não tem sido um grande problema. Nas áreas urbanas, o material até que é farto. Bem mais difícil é colocar num mapa moderno as fazendas coloniais.
"Você pode ver isso nas descrições de limites de propriedades: a terra começa no pé de um morro, fazendo limite com um pântano, por um lado, e com a terra do vizinho, por outro. E o vizinho diz a mesma coisa", conta.

COLABORATIVO
Além do seu lado Google Earth, o atlas também tem uma faceta que lembra a Wikipédia, a enciclopédia da internet que pode ser editada por leigos mundo afora.
"O projeto é colaborativo. Queremos que ele seja uma rede de contatos sobre a história colonial do Brasil. Isso pode incluir genealogistas, historiadores locais e outras pessoas", afirma Gil.
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Revolução cubana na passarela do samba de Flor

Revolução cubana na passarela do samba de Flor

quinta-feira, 19 de maio de 2011
Cuba from 123gifs.eu

--- Em sáb, 19/2/11, Urda Alice Klueger <urda@flynet.com.br> escreveu:

Assunto: Revolução cubana na passarela do samba de Flor -
Para: "Urda" <urda@flynet.com.br>
Data: Sábado, 19 de Fevereiro de 2011, 23:14

AS ILHAS DA MAGIA DA UNIÃO POPULAR
Raul Longo
Ilha da Magia é o dístico de Florianópolis em função da mitologia local que confere à colonização açoriana, a participação de algumas bruxas.
Bruxas eram comuns nos Açores porque ao arquipélago no meio do Atlântico, equidistante de Europa e América, os poderosos de Portugal degredavam seus contestadores.
Como nas sociedades de todas as épocas, lá em Portugal os contestadores também eram da gente do povo, pois raramente acontece de um nobre, um vigário ou qualquer classe de acomodado às benesses ou aos farelos do Poder, contestar alguma coisa.
E, naqueles tempos medievais, isso era ainda mais raro, pois o Poder era tanto e a obstinação em mantê-lo tamanha, que nem preciso contestá-lo. Bastava não se sujeitar a um daqueles poderosos para ser mandado aos Açores.
Na Ibéria, como em toda a parte, a força contestadora das mulheres sempre teve um efeito muito forte. Ainda hoje é assim. Reparem que um sujeito que reclama ou não se sujeita, por mais admirado que seja, nunca o é tanto quanto uma mulher que peita a empáfia e prepotência dos poderosos, como há pouco tempo a hoje Presidenta Dilma fez a um extinto senador.
Natural, pois da mulher se construiu o mito da fragilidade, da candura. Quando uma foge desse estereótipo, se entende que tenha superado a condição feminina.
Observando bem, é condição imposta, patriarcal, formada por preceitos religiosos que relegam a mulher à condição de servis. Agora, imaginem as feministas da europa medieval, dando uma banana para tais mitos!
E acontecia, porque aqueles povos ibéricos, antes do domínio do Império Romano, provinham dos celtas, uma cultura baseada em outros ritos onde a entidade religiosa suprema era a Grande Mãe. Aí, quando os romanos se fazem cristãos e se instaura o Império Católico com aquela transformação do Jeová dos semitas hebreus em deus único, dá-se o embate das sacerdotisas da Grande Mãe com os sacerdotes católicos.
Assim nasceu o mito das bruxas. A magia, divulgada pelos contos de fadas, foi a forma de convencer as pessoas de que aquelas mulheres contestadoras eram do mal. E quem era do mal, naqueles tempos, ou ia pra fogueira da inquisição ou para os Açores.
Lá pelo século 18, aquela gente ali abandonada desde cerca de 1430, estava à míngua, morrendo de fome, pois a insuficiente produção agrícola das ilhas era monopolizada pela Igreja e há registros de um édito real obrigando o bispo de uma delas a distribuir os grãos armazenados nos silos de sua capela, do contrário o povo morreria de fome.
Compreensível a avareza do bispo, afinal nos Açores tornou-se impossível satisfazer a gula e o jeito foi transferir aquele povo pela região litorânea da vasta e nova colônia: o Brasil.
Assim vieram as bruxas, muitas delas declaradas como tal por provocarem os párocos com a tentação da luxúria, como o caso de uma cabocla da Paraíba, dona de um corpo tão diabolicamente atentado que o padre não teve outro jeito senão mandar queimar a obra do demo.
Atenção! Aqui não se trata de alusão à sigla de partido político, coisa que então nem existia, embora, de uma forma ou de outra, marque ainda hoje a história de Florianópolis como Ilha da Magia.
Marcou e não apenas pela eleição do partido ao governo do estado, nas últimas eleições, mas principalmente porque aqueles açorianos que de lá vieram, cá continuam em situação similar, ainda que bastante melhorada no tocante ao quesito alimentação, pois com índios aprenderam o cultivo e trato da mandioca, confundindo alguns historiadores locais que chegam a divulgar engenhos de farinha e de cana como de origem açoriana, apesar de por lá não haver matéria prima que justificasse tais empenhos. E além de práticas agrícolas, aprenderam também a construir canoas e outros recursos de pesca.
Dos negros escravos aprenderam muito da culinária que hoje vai se tornando mais um atrativo turístico desta Ilha de Santa Catarina ou da Magia, entre outras artes hoje esquecidas. Ou melhor, ainda desenvolvidas, mas esquecidas de onde tenham se originado, de forma que aqui se pensa que tudo tenha vindo dos Açores e que não exista em outras partes do país.
Não é bem verdade, pois os guaranis desde o sul se espalhavam por São Paulo adentrando Mato Grosso afora até a fronteira oeste do Paraguai. E negros foram misturados todos: bantos, iorubas, minas, nagôs, angolas, etc. Misturados na dispersão promovida pelos senhores brancos, mas mesmo formando variações culturais, se os dança em cada um dos estados brasileiros.
Estados pouco conhecidos pelos ilhéus de Santa Catarina ou pelos sulistas em geral, limitados em suas fronteiras únicas dentro das quais se creem exclusivos na manutenção de tradições adaptadas de negros e índios que olvidaram no decorrer das miscigenações às culturas ibéricas, enaltecidas na busca de uma identidade europeia que além de não identificar coisa alguma, solidifica provincianismos e imobiliza a criatividade das gerações, reduzindo a cultura a mesmices xenofóbicas.
Similaridades às origens açorianas, sem dúvida se mantém. Mas das mais notáveis são as relações sociais, pois ainda que não mais se careça de éditos que obriguem a dar de comer ao povo, quase tão quanto continua reprimido e abandonado. Ou simplesmente ignorado, como ainda há pouco foram ignorados e até anunciados como inexistentes pela então principal autoridade pública do país no setor, natural de Santa Catarina, os mais tradicionais trabalhadores da região, onde constituem uma das maiores colônias de pesca do Brasil.
Já certas comunidades étnicas como num passe de mágica se tornam invisíveis. A exemplo do Rio de Janeiro e Espírito Santo, ou onde haja aglomerações urbanas próximas a regiões montanhosas, os mais pobres de Florianópolis também são amontoados nos morros e escondidos nas favelas.
Em compensação, assim como no Rio e por todo o Brasil, anualmente os pobres se congraçam com as classes privilegiadas para fazer a maior festa popular do mundo. Temos até nosso sambódromo, que aqui leva o prosaico nome de Passarela Nego Quirido, em homenagem a Juventino João dos Santos Machado que era negro, mas era querido. Nessa de “é nego, mas é quirido” que em outras plagas se substitui por “é negro, mas de alma branca”, João acabou atraindo alguns não negros para a entidade carnavalesca Os Garotos do Ritmo que, com a introdução de brancos no samba, passou a ser denominada de Copa Lord, tal como hoje é conhecida uma das maiores escolas de samba da cidade.
Duas outras de Florianópolis também tem nomes sintomáticos: Consulado e, a mais antiga, Protegidos da Princesa.
A que teve Rodolfo Silva, o popular “Seu das Cor”, como primeiro presidente, já não se preocupou em buscar batismo que atestasse apadrinhamento da elite, vindo a existir apenas como Unidos da Coloninha, em homenagem ao bairro onde foi criada, na porção continental do município.
Ainda assim, quem vai à Passarela Nego Quirido assistir a um desfile, se pergunta de onde saem tantos negros para fazer o carnaval da capital catarinense. Foi o que intrigou o cineasta alagoano César Cavalcanti que, em 2005, produziu “Além do Samba, a Resistência Afro-Brasileira”, onde se documenta essa Florianópolis que não se vê nem se enxerga.
De fato, uma magia, um bruxedo. Pois como demonstrado no filme, em shopping e por todo o comércio, restaurantes, bares noturnos, no movimento cotidiano das ruas do centro da cidade, nas praias, no banho de mar e até mesmo nos hospitais e órgãos públicos da cidade, se conseguiu tornar invisível 18% da população da cidade.
Já foram 25% há algumas décadas, mas um sistemático processo de embranquecimento ou mais apropriadamente desnegrecimento populacional, conseguiu reduzir o número de cidadãos negros. Mesmo assim é intrigante: afora os da Nego Quirido, durante o ano onde se enfiam tantos negros menos queridos pela elite florianopolitana?
Não adianta acompanhar a programação local de TV. Ali não há nenhum. Tampouco nas páginas dos poucos jornais de uma mídia monopolizada pelo grupo gaúcho RBS. No entanto, com o apoio da comunidade negra e sob a legenda do PT, o vereador Márcio de Souza, graduado em química, foi eleito por 5 mandatos. Licenciado neste ano, acaba de ser substituído pelo também negro e doutor, professor em urbanismo da UFSC, Lino Peres.
Não há outros políticos negros na cidade, mas esses já são suficientes para demonstrar a razão do título do filme de César Cavalcanti, confirmando que além do samba do carnaval na Nego Quirido, há uma resistência afro-brasileira em Florianópolis ao bloqueio racial.
Talvez por tal experiência é que a mais recente escola de samba do município, fundada em 2009 após 3 títulos consecutivos de campeão como bloco carnavalesco, resolveu homenagear outra ilha da magia: Cuba.
Há 5 décadas bloqueada pela maior potência político/bélica e econômica do mundo, a resistência de Cuba pela sobrevivência de sua soberania como nação, não deixa de ser uma magia. E ao homenageá-la, o Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba União da Ilha da Magia tem obtido para o carnaval de Florianópolis inédita promoção popular, como se infere da constante circulação pela internet de textos e matérias como a do Alípio Freire, reproduzida adiante.
E me chegam de todo o Brasil, de leste a oeste, de norte a su... deste. Quase deslizei, mas a verdade é que daqui do sul, propriamente, nem tanto. O que, talvez, se explique pelo monopólio da RBS.
Todos os anos, ao reproduzir flagrantes dos desfiles de cada capital, em cadeia nacional a Rede Globo exibe alguns poucos minutos de imagens da Nego Quirido, produzidas pela sua filiada RBS. Tanto isso é verdade que, comentando a eventualidade da assistência de um desses momentos, um assíduo visitante de temporadas de final de ano me perguntou se os passistas seriam contratados do Rio de Janeiro. Com essa observação confirmou a magia da invisibilidade dos negros de Florianópolis, mas também atestou o esforço da Globo e da RBS em dar alguma visibilidade às manifestações populares brasileiras, ocorridas fora do eixo Rio - São Paulo. Isso ocorre ao menos no carnaval quando as fronteiras culturais do Brasil se estendem até a Bahia.
Mesmo assim, o carnaval de Florianópolis nunca obteve maior notoriedade nem tanta divulgação pelos esforços de alguma de suas escolas de samba como vêm ocorrendo neste ano, em razão do enredo da União da Ilha da Magia.
Não pela Globo ou qualquer outra emissora, pois no que depende da difusão da mídia convencional o país também é reduzido, ainda que por outros motivos. Mais para mercadológicos do que de cunho xenofóbicos.
De toda forma, seja por questões de mercado ou xenofóbicas, sempre se empobrece o regionalismo pela invisibilidade da riqueza de nossa diversidade e a promoção de anacrônicos jacobinismos e ridículos ufanismos. Mas, graças ao enredo da União da Ilha da Magia, ainda que pelo país continuem ignorando a presença negra na conformação sócio/cultural da capital catarinense, muitos brasileiros pela primeira vez estão sendo informados de que aqui existe carnaval. E carnaval de resistência.
Apesar dessa divulgação ser importante para uma cidade de vocação turística que, queira-se ou não, integra um país internacionalmente conhecido pelo evento, ouvi dizer que a União da Ilha da Magia está tendo dificuldades e sofrendo bloqueios de patrocínios públicos e privados. Fui comentar o fato com alguém que me respondeu como se evidente: “Também! Quem manda escolher um enredo como esse?”
Na matéria abaixo, Alípio Freire demonstra que a resposta a essa pergunta está mais na magia da união popular no que na crença das bruxas de Florianópolis. Essas, únicas sobreviventes do incêndio dos galpões da Grande Rio na Cidade do Samba, desfilarão no Sambódromo carioca.
Embora a prefeitura de Florianópolis, que no final do ano passado antecipou a cobrança do IPTU com significativos acréscimos para o período 2011, tenha se recusado a ajudar a escola mais vitimada pelo incêndio; caso ocorra uma mágica e fantástica consagração oficial da União da Ilha da Magia como campeã deste carnaval, certamente a RBS irá sugerir que os jurados foram comprados com dólares e uísques cubanos.
Cuba nunca produziu uísque e, sim, rum; mas aí são outras magias e das verdadeiramente pesadas. Isso de magia branca e magia negra é só manipulação de preconceitos dos velhos podres poderes que detêm a os verdadeiros e perigosos bruxedos. Tem aqueles que não creem, pero que hay, hay.

De: Alipio Freire
Revolução cubana dá samba

Mostrar ao Brasil e ao mundo uma Cuba livre de preconceitos, descortinando sua história, cultura e conquistas sociais. Esse é o objetivo da escola samba de Florianópolis União da Ilha da Magia. Por defender que o Carnaval é não apenas beleza e diversão, mas também informação e momento oportuno para questionamentos, a agremiação desfilará na Festa de Momo com o enredo "Cuba sim! Em nome da verdade". É a primeira vez que a revolução cubana será homenageada numa passarela do samba.

A ideia é aproveitar os 52 anos da revolução cubana, em 2011, e os festejos pelo bicentenário das independências na América do Sul, iniciados em 2010, para exaltar a luta da ilha pela liberdade.

A mais nova escola de samba de Florianópolis, que vai para o sue terceiro ano de desfiles, associa o tema escolhido à função que avalia ser a mais importante em uma agremiação, a de trabalhar a questão da cidadania. Nesse sentido, quer questionar no Carnaval: "qual o preço da liberdade?"

"Este enredo quer mostrar a saga de um povo que sonhou revolução e lutou para conquistar sua independência. A fibra de pessoas simples, alegres, cheias de sonhos e desejos que valorizam o social, o trabalho, a educação, a cultura e o esporte. Um lugar onde se vive sem miséria ou fome e que mantém acesa a chama dos ideais de liberdade, mesmo com todo o sofrimento do bloqueio que lhes é imposto pela “nação” à qual eles tiveram a ousadia de dizer não", diz a sinopse do enredo.

A União da Ilha da Magia, que já está realizando ensaios todas as sextas e domingo, na Praça
Bento Silvério, em Lagoa da Conceição, lembra no samba os heróis da ilha, José Martí, Che Guevara e Fidel Castro. Destaca as conquistas de Cuba, mas também não deixa de mencionar os prejuízos do bloqueio norte-americano: "Um preço a pagar, não vou negar/ Mas a comunidade em primeiro lugar", diz a letra da música.

Para preparar o desfile, os diretores da escola, que em 2010 tornou-se vice-campeã, estiveram em Cuba colhendo informações. Se encantaram com o país e se convenceram do tema. Chegaram a convidar uma das filhas de Che Guevara, a médica cubana Aleida Guevara, para a festa.

De acordo com o carnavalesco da escola, Jaime Cezário, o enredo será dividido em quatro setores, quatro alegorias e uma média de 18 alas. A história da ilha está presente nos vários elementos do desfile. As fantasias remetem desde à ditadura e à dominação do Tio Sam, até à nacionalização das empresas estrangeiras, aos tradicionais charutos cubanos e ao culto na Santeria.

"Aproveitando essa data mágica (do bicentenário), quando muitos países irmãos começaram a sonhar em ser livres de dominadores estrangeiros, encontramos um em especial, Cuba, que nos dias de hoje ainda é notícia por seus ideais de liberdade, lutas e conquistas sociais, assim como pelo preço que paga por querer administrar suas terras sem influência de nenhuma potência estrangeira, principalmente da maior delas, os Estados Unidos da América, que além de vizinho, sempre sonhou em fazê-la um paraíso de ricos e milionários", diz a escola.

Veja abaixo o resumo do enredo, que tenta clarear um pouco da visão embaçada que muitos têm sobre Cuba. E, ao final, a letra do samba enredo.

SINOPSE DO ENREDO

Cuba sim! Em nome da verdade

O desejo de liberdade ocasiona histórias admiráveis de homens e nações que sonham em ser livres para conquistar uma sociedade mais equilibrada e justa, sem tantas diferenças entre as classes sociais, onde quase sempre, o povo faz parte da classe dos miseráveis e os que detêm o poder, a dos ricos.

Num cenário como esse, nasceu na ilha de Cuba, no final do século XIX, um poeta que sonhou com liberdade, e através de suas idéias de uma sociedade mais justa, usou a literatura como uma flecha certeira para atingir mortalmente o “poder” que estava sempre alheio aos interesses populares, e iniciar o processo que levará o povo, anos mais tarde, a administrar seu próprio destino: José Martí.

“A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço.” José Martí

O poeta fundará o Partido Revolucionário Cubano, plantando sementes importantes no coração do povo, mas que num primeiro instante não consegue atingir seu principal objetivo: um governo livre de interesse de forças estrangeiras. Cuba liberta-se da dominação espanhola, mas obtém essa liberdade com a ajuda dos Estados Unidos da América, seu vizinho mais próximo que sorrateiramente se envolve na guerra pela independência contra Espanha. A independência é conquistada, mas a liberdade lhes é roubada.

Os americanos camuflam atrás dessa nobre atitude, interesses em transformar a ilha de Cuba num grande paraíso para suas empresas e milionários. Começam a apoiar ditadores que sorriem para seus interesses, mas não se preocupam com o bem-estar da população. Cuba se torna a menina dos olhos do Tio Sam, chegando ao ponto de Havana, sua capital, tornar-se o destino mais requintado das Américas e do mundo nos anos 40 e 50, ditando modas e modismos.

“Quem não se sentir ofendido com a ofensa feita a outros homens, quem não sentir na face a queimadura da bofetada dada noutra face, seja qual for a sua cor, não é digno de ser homem” José Martí

O país que se torna destino mais requintado dos anos 40 e 50, paraíso de ricos e milionários, possui uma população que sofre com os desmandos do poder, vivendo em condições precárias nos centros urbanos, o mesmo acontecendo no campo, onde agricultores e camponeses sofrem com as condições de trabalho.

Um paraíso para poucos e um sofrimento para muitos. Este clima faz surgir no seio do povo o antigo sonho de conquistar um país de justiça social e livre de interferências, mas a ação impiedosa da ditadura tenta abafar esse clamor com mãos de ferro. A insatisfação só aumenta e nos meios estudantis um novo líder surge com idéias de lutar contra a tirania dos governantes e por uma nova sociedade cubana: Fidel Castro.

“Os poderosos podem destruir uma, duas, até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera.” Che Guevara

Em 1952 mais um golpe de estado fez tomar o poder o ditador Fugêncio Batista. Fugêncio governará com mãos de ferro e fará aumentar cada vez mais o desejo de mudanças. Fidel se destacará rapidamente entre os insatisfeitos, organizará a resistência contra a ditadura e fará movimentos para derrubá-la. Por essas tentativas, será perseguido, preso e exilado. No exílio no México, será apresentado ao médico argentino Che Guevara que se tornará o maior símbolo da revolução cubana.

Fidel organiza e lidera o movimento guerrilheiro 26 de Julho ou M26, em referência a tentativa de assaltar a maior prisao de presos politícos da ditadura em 26 de julho de 1953. A tentativa é um fracasso e os obrigam a se refugiar na Sierra Maestra. Os rebeldes lentamente se fortalecem, aumentando seu armamento e angariando apoio e o recrutamento de muitos camponeses, intelectuais, estudantes e trabalhadores urbanos insatisfeitos com o rumo da Nação. A luta se intesifica, e mesmo contando com o apoio americano, o ditador Fugêncio Batista é derrotado em 1959 e foge de Cuba.

“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.” Che Guevara

A vitória do grupo revolucionário surpreendeu o mundo, pois à época era inimaginável que um grupo de “sonhadores” derrotassem a grande potência econômica e militar. Mas os ideais revolucionários contagiaram o povo cubano. E as idéias e os sonhos venceram as armas.

“Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida.”Che Guevara

A vitória da revolução faz surgir um governo de orientação socialista e uma das primeiras medidas do novo governo foi nacionalizar as empresas estrangeiras, inclusive as norte-americanas. Esta atitude desagrada o seu poderoso vizinho capitalista que corta relações diplomáticas, facilitando o alinhamento de Cuba com o seu mais temido rival, a União Soviética. Essa aproximação irá gerar muitas confusões diplomáticas, o que culminará no bloqueio vigente até os dias de hoje.

“Os grandes só parecem grandes porque estamos ajoelhados!” Che Guevara

Apesar do bloqueio e de alguns problemas sociais encontrados pela revolução, as conquistas sociais foram contabilizadas. A maioria da população recebe energia elétrica e tem acesso à água potável e saneamento básico. Os que não são ainda donos de sua moradia pagam aluguéis simbólicos. A taxa de analfabetismo é praticamente zero, assim como a taxa de evasão escolar e o cubano tem acesso a um ensino – desde o fundamental ao universitário – de qualidade e totalmente gratuito. Mas, além de oferecer educação gratuita ao seu povo, o governo cubano acolhe estudantes de mais de 34 países latino-americanos, africanos e do caribe, tanto nos cursos universitários como nos cursos de mestrado e doutorado.

“O conhecimento nos faz responsáveis.” Che Guevara

O sistema de seguridade social, cujos princípios são os da solidariedade, universalidade e integridade, é um dos mais abrangentes do mundo.

A assistência à saúde em Cuba é comparável aos países mais desenvolvidos. Segundo dispositivo constitucional, o cubano tem direito a prestação gratuita de serviços médicos, hospitalares e odontológicos.

Hoje, mesmo reconhecendo que o país passa por dificuldades econômicas e possui deficiências em alguns setores como as telecomunicações e transportes, os cubanos se orgulham da revolução e dos seus resultados, que vão mais longe do que as medalhas conquistadas nas olimpíadas e nos jogos pan-americanos. O cubano tem grande amor ao seu país e faz questão de registrar que mora no único país latino americano sem favelas.

“A melhor maneira de ser livre é ser culto.” José Martí

A economia cubana sofreu grande revezes. Com a nacionalização das empresas privadas e o bloqueio americano ficou contando apenas com o apoio da sua grande parceira comercial, a União Soviética que veio a desaparecer nos anos 90, deixando Cuba sem nenhum apoio internacional.

O produto de maior destaque na economia cubana é o açúcar, seguidos pelo tabaco (com destaque para os charutos cubanos que são valorizados no mundo inteiro), a extração do níquel, a pesca, a indústria farmacêutica e a biotecnologia. Na última década o governo vem priorizando o turismo que se tornou grande fonte de divisas e empregos. Os turistas vêm atraídos por suas maravilhosas praias de águas verdes cristalinas e o encantamento das suas cidades que mantêm o clima “retrô” dos anos 50.

“O importante não é justificar o erro, mas impedir que ele se repita.” Che Guevara

Na cultura, Cuba encanta por sua diversidade. A mistura do africano com o espanhol gerou uma riqueza cultural raramente vista. A música e a dança cubana rompem fronteiras desde o início do século XX, tornando-se conhecida mundialmente. Com a presença marcante na percussão da conga (tambor), destaca-se a rumba, a salsa, o bolero, o chá-chá-chá e a habanera.

Dois terços da população cubana é negra e mestiça. São descendentes de escravos africanos, que levaram para a Ilha suas tradições religiosas, que foram passadas para seus descendentes ao longo da história. O culto mais importante é a Santeria, que funde crenças católicas com a religião tradicional Iorubá. Inicialmente praticada por escravos, ganhou popularidade e se difundiu pelo seu caráter festivo, suas cerimônias e seus Orixás.

Ao longo de 400 anos, a cozinha cubana experimentou sabores que combinavam produtos e costumes de diferentes culturas. Não há como negar a importância da influência espanhola na culinária desta parte do Caribe, assim como o peso das sucessivas levas de escravos africanos. Um prato típico da cozinha tradicional cubana é moros y cristianos, “mouros e cristãos”, que é o arroz com feijão. Outro destaque fica por conta do rum cubano e seus drinks especialíssimos e muito apreciados como a Cuba Libre e o Mojito.

A festa mais popular e animada da ilha de Cuba é o carnaval, com destaque para os de Havana e o de Santiago de Cuba. O carnaval é uma festa espontânea, com música ditada pelo ritmo das congas que são tambores artesanais. Uma música para ser sentida e vivida até o êxtase, um frenesi coletivo. No carnaval cubano o povo participa de diversas maneiras, nas comparsas (blocos), participam integrantes dos bairros e de organismos que se preparam com muito interesse durante o ano todo na confecção de fantasias e de alegorias.

No final dos anos 30 surgiu em Havana, a casa de espetáculos que iria ditar, nos anos 40 e 50, um novo conceito de apresentação de grandes shows, que vai ser imitado por todos: O Cabaré Tropicana. No seu palco os maiores artistas internacionais se apresentaram, dentre essas estrelas, Carmem Miranda.

“Uma pitada de poesia é suficiente para perfumar um século inteiro!” José Martí

É claro que Cuba tem os seus problemas e não é nenhum paraíso socialista, ainda mais por conviver há cinco décadas com um bloqueio econômico. Entretanto, não podemos deixar de ressaltar e, por que não, admirar esse povo que transformou um país com grande índice de analfabetos e miséria em uma nação que hoje é referência mundial nas artes, nos esportes, na medicina, entre outras áreas, e respeitada pela defesa intransigente de sua soberania e que, apesar de todas as dificuldades, não capitulou e permanece firme em seus ideais revolucionários.

Após os avanços e conquistas sociais alcançados nessas últimas cinco décadas, o povo cubano nunca mais será submisso a qualquer interesse externo, tão pouco abrirá mão dessas conquistas, pois os alicerces sociais estão fincados. Um povo alfabetizado e consciente politicamente não se dobra à força das armas, mas sim à dos ideais.

“Endurecer sem perder a ternura!” Che Guevara

Em 2011, Cuba comemora 52 anos da Revolução. Aproveitando esta oportunidade, é importante exaltar a luta do povo cubano pela liberdade. Existe uma Cuba que poucos conhecem, e quando descobrem sua cultura, seu povo e principalmente suas conquistas sociais, se encantam. Por este motivo nós, da Escola de Samba União da Ilha da Magia, escolhemos este enredo para o nosso carnaval. Desejamos mostrar ao Brasil e ao mundo que Cuba precisa ser vista com um olhar livre de preconceitos!

Cuba sim! Em nome da verdade.

Jaime Cezário
Carnavalesco
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O mapa da violência no País

O mapa da violência no País

domingo, 8 de maio de 2011

O mapa da violência no País


28 de fevereiro de 2011 | 0h 00

O Estado de S.Paulo

O quadro da violência no Brasil está mudando. Antes concentrada nas áreas mais pobres das regiões metropolitanas do Sudeste, agora está se expandindo para as regiões mais pobres - especialmente para o interior e para a periferia - das capitais do Nordeste. Esta é a região onde os índices mais cresceram - entre 1998 e 2008, os homicídios aumentaram 65%; os suicídios, 80%; e os acidentes de trânsito, 37%.
No caso específico da violência criminal, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro registraram queda acentuada do número de homicídios, entre 1998 e 2008, em alguns Estados nordestinos a situação se tornou crítica. No Maranhão, os assassinatos cresceram 297% e na Bahia, 237,5%. Em Alagoas, que em 2008 ocupava o 1.º lugar no ranking de homicídios, os novos bairros da região metropolitana de Maceió ganharam o nome de Iraque e Vietnã, sendo tratados pelas autoridades locais como verdadeiros campos de batalha. Para a Organização Mundial da Saúde, taxas superiores a 10 homicídios por 100 mil habitantes configuram "violência epidêmica". Em Alagoas, o índice foi de 60,3 assassinatos por 100 mil habitantes, em 2008.
Esta é a síntese do Mapa da Violência de 2011, um amplo levantamento que é realizado anualmente nos mais de 5,5 mil municípios brasileiros pelo Instituto Sangari, com apoio do Ministério da Justiça. Em sua 12.ª edição, o trabalho foi elaborado com base nos dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde.
Segundo o coordenador do trabalho, Julio Jacobo Waiselfisz, a tendência de desconcentração da violência decorre de dois fatores: a multiplicação dos polos de crescimento econômico, por um lado, e as deficiências estruturais do poder público, por outro. "Os polos emergem com força e peso econômico, mas quase não têm a presença do Estado em serviços de segurança pública, que continuam praticamente à míngua. Em determinado momento, capitais e áreas metropolitanas começam a receber investimentos para melhoria do aparato de repressão e mais eficiência policial. Mas as áreas do interior, antes consideradas calmas, ficam desprotegidas", diz ele.
Além da desconcentração da violência, o estudo mostra uma tendência de crescimento dos índices de homicídio entre a população jovem. Segundo o IBGE, em 2008 o Brasil tinha um contingente de 34,6 milhões de habitantes com idade entre 5 e 24 anos - o equivalente a 18,3% de toda a população brasileira. Entre 1988 e 2008, quase 40% das mortes de pessoas dessa faixa etária foram causadas por assassinatos. Nas demais faixas etárias, os assassinatos representaram somente 1,8% do total de óbitos.
A expansão da chamada "vitimização juvenil" decorre de várias causas. No interior do Nordeste, por exemplo, vaqueiros e agricultores trocaram o cavalo pela moto - o que, conjugado com o abuso de álcool, resultou numa significativa elevação do número de mortos em acidentes de trânsito. No caso dos homicídios, as vítimas são, em grande maioria, negras. No Estado da Paraíba, por exemplo, o número de negros assassinados foi 12 vezes maior, proporcionalmente, que o de vítimas brancas, entre 2002 e 2008.
Segundo o Mapa da Violência de 2011, o número de jovens brancos que foram vítimas de homicídio caiu 30% nesse período. Já entre os jovens negros houve um aumento de 13%, no mesmo período. Isso decorre, basicamente, da má distribuição de renda, das diferenças de escolaridade e das desigualdades de oportunidades entre brancos e negros. Por serem mais afetados pela pobreza, pelo analfabetismo e pela falta de opções profissionais, muitos jovens negros se envolvem com o tráfico e passam a roubar para comprar crack - e isso os leva a se envolverem nas guerras entre quadrilhas e a se tornar alvos de justiceiros, milícias e esquadrões de extermínio.
Exibindo as históricas disparidades sociais e regionais do País, o Mapa da Violência de 2011 não traz maiores novidades. Não obstante, é um instrumento importante para a formulação de políticas que combinem programas sociais, melhoria de serviços públicos para os setores carentes e estratégias mais eficientes de combate à criminalidade.
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Sobre o Euro

Sobre o Euro

O euro


O euro é atualmente a moeda única de 17 Estados-Membros da União Europeia, que em conjunto formam a zona euro. A introdução do euro em 1999 representou um passo muito importante no processo da integração europeia e constitui também um dos seus maiores êxitos: cerca de 330 milhões de cidadãos da União Europeia utilizam-no atualmente como moeda e usufruem de vantagens que continuarão a aumentar à medida que outros países da União Europeia forem adotando a moeda única.

Quando o euro foi introduzido, em um de Janeiro de 1999, tornou-se a nova moeda oficial de 11 Estados-Membros, substituindo, em duas fases, as antigas moedas nacionais – como o marco alemão e o franco francês. Foi inicialmente utilizado como moeda virtual nas operações de pagamento que não envolviam notas e moedas, bem como para fins contabilísticos, enquanto as antigas moedas continuavam a ser utilizadas nas operações de pagamento em numerário e a ser consideradas subdivisões do euro. Posteriormente, em um de Janeiro de 2002, o euro foi introduzido fisicamente sob a forma de notas e moedas.

O euro não é a moeda de todos os Estados-Membros. Dois países, a Dinamarca e o Reino Unido, acordaram uma opção de exclusão no Tratado, que os dispensa de participar na zona euro, enquanto os restantes (muitos dos novos Estados-Membros e a Suécia) ainda não preenchem as condições estabelecidas para a adoção da moeda única. Quando preencherem, substituirão as suas moedas nacionais pelo euro.


DATAS DE INTRODUÇÃO DO EURO NOS ESTADOS-MEMBROS

































1999

Bélgica, Alemanha, Irlanda, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal E Finlândia.

2001

Grécia

2002

Introdução de notas e moedas em Euros

2007

Eslovênia

2008

Chipre, Malta

2009

Eslováquia

2011

Estônia


O euro e a União Econômica e Monetária (UEM)

Todos os Estados-Membros da União Europeia fazem parte da União Econômica e Monetária (UEM), que pode definir-se como uma fase avançada de integração econômica com base num mercado único. A UEM implica uma estreita coordenação das políticas econômicas e orçamentais e, no caso dos países que preenchem certas condições, uma política monetária única e uma moeda única – o euro.

O processo de integração econômica e monetária tem acompanhado a evolução da União Europeia ao longo do tempo. Quando a União Europeia foi fundada, em 1957, os Estados-Membros concentraram-se na criação do mercado comum. Contudo, com o tempo, tornou-se clara a necessidade de uma cooperação econômica e monetária mais estreita para conseguir um maior desenvolvimento e florescimento do mercado interno. O objetivo da plena realização da União Econômica e Monetária e da adoção de uma moeda única só foi consagrado, em 1992, no Tratado de Maastricht (Tratado da União Europeia), que estabelece as normas para a introdução da moeda única, determina os objetivos da União Econômica Monetária e as responsabilidades de cada protagonista, bem como as condições que os Estados-Membros devem preencher para poderem adotar o euro. Estas condições são conhecidas como "critérios de convergência" (ou «critérios de Maastricht») e incluem a estabilidade de preços, com um nível de inflação baixo, a estabilidade das taxas de câmbio e a solidez das finanças públicas.


Quem gere o euro?

Quando o euro se tornou realidade, a política monetária passou a ser da responsabilidade do Banco Central Europeu (BCE), entidade independente criada para esse efeito, e dos bancos centrais nacionais dos Estados-Membros que tinham adoptado o euro. Em conjunto, constituem o Eurossistema.

A política orçamental (impostos e despesas) continua a ser da competência dos governos nacionais, embora estes possam aderir a normas comuns de finanças públicas contempladas no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Os governos nacionais também conservam a plena responsabilidade das suas políticas estruturais (emprego, pensões e mercado de capitais), embora tenham concordado em coordená-las a fim de alcançarem objetivos comuns de estabilidade, crescimento e emprego.

Países da UE que utilizam o euro: Áustria, Bélgica, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Espanha.

Países da UE que não utilizam o euro: Bulgária, Dinamarca, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, República Checa, Roménia, Suécia e Reino Unido.

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sexta-feira, 6 de maio de 2011
 
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Resultado Censo 2010

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sábado, 30 de abril de 2011

Brasileiro ficou mais velho e menos branco; população teve menor crescimento da série histórica


Fabiana Uchinaka
Do UOL Notícias
Em São Paulo




Comentários [33]


A população brasileira cresceu, ficou menos branca, um pouco mais masculina eenvelheceu. Nos últimos dez anos, houve um aumento vertiginoso do número de moradias, dos consumidores com energia elétrica e das casas com distribuição de água. Evoluímos, embora 730 mil pessoas ainda precisem de acesso a luz e 4 milhões de casas não tenham água tratada. Os dados fazem parte do Censo Demográfico 2010 e foram apresentados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).



População brasileira:




  • 190,7 milhões


    é o tamanho da população brasileira em 2010



  • 600 mil


    é o número de crianças sem certidão de nascimento





A educação também melhorou, mas não o que era esperado. O nível de analfabetismo do brasileiro passou de 12% em 2000 para 9,6% agora, mas opaís não conseguirá cumprir a meta de Dakar, estabelecida dez anos atrás no Fórum Mundial de Educação, que pretendia baixar para 6,5% o percentual de pessoas que não sabem ler ou escrever.

Um dado que chamou a atenção foi o de que menos da metade da população se declarar branca. É a primeira vez que isso acontece no Brasil. Ao todo, 91.051.646 habitantes se dizem brancos, enquanto outros 99.697.545 se declaram pretos, pardos, amarelos ou indígenas. Os brancos ainda são a maioria (47,33%) da população, mas a quantidade de pessoas que se declaram assim caiu em relação a 2000. Em números absolutos, foi também a única categoria que diminuiu de tamanho.

Já as mudanças na estrutura etária foram substantivas ao longo dos anos. Segundo o levantamento, de 1990 para cá, por conta da queda da mortalidade e dos níveis de fecundidade, houve um aumento constante no número de idosos e uma diminuição significativa da população com até 25 anos.



O BRASIL EM NÚMEROS



  • Arte UOL



  • População brasileira cresce
    21 milhões em uma década
    com menor ritmo da história




Até a década de 1940, predominavam os altos níveis de fecundidade e mortalidade. Dez anos depois, o Brasil viu sua população aumentar quase 35%, com um crescimento de cerca de 3% ao ano, maior aceleração já registrada. Na década de 1960, o nível de fecundidade começou a cair e, desde então, a população vem crescendo mais lentamente.

Na comparação com o censo passado, feito em 2000, a população brasileira cresceu 12,3%, uma média de 1,17% ao ano, a menor taxa da série histórica. Hoje, somos 190.755.799 brasileiros.

O crescimento, porém, não foi uniforme. No Amapá, a população quadruplicou nos últimos 30 anos, enquanto o Rio Grande do Sul, Estado que teve menor crescimento do país, vê sua população praticamente estagnar. Os menores municípios foram os que perderam mais moradores e os maiores foram os que mais ganharam --mais de 60% daqueles com menos de 2.000 habitantes em 2010 apresentaram taxa de crescimento negativa.

Nas zonas urbanas, o Brasil acumulou mais 23 milhões de habitantes, duas vezes a população da cidade de São Paulo, o que desperta temores de um saturamento das estruturas.

São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador continuam sendo os municípios mais populosos.Belo Horizonte, que era o quarto mais populoso em 2000, passou para o sexto lugar,Manaus pulou do nono lugar para sétimo, enquanto Brasília subiu do sexto para quarto posto no ranking. Porto Alegre foi o que teve menor crescimento.



Leia mais



  • Curiosidades do Censo sobre raça no Brasil

  • Top 10 curiosidades do Censo sobre municípios

  • Top 10 curiosidades sobre aumento populacional




Amapá, Roraima, Acre, Amazonas e Pará, todos naregião Norte, foram os que tiveram maior expansão no número de habitantes. Surge um movimento migratório importante, de ocupação de um território historicamente esvaziado, a partir da expansão das indústrias madeireira, pecuária, de mineração e extrativa.

Não por acaso, Norte e Centro-Oeste foram as duas únicas regiões onde as populações rurais aumentaram. Em âmbito nacional, 2 milhões de pessoas deixaram o campo entre 2000 e 2010, mas na última década o êxodo rural caiu pela metade.

E, apesar de ainda ter a menor densidade populacional, o Norte possui a maior média de moradores por domicílio: em média, quatro pessoas por casa. Dos 57,3 milhões domicílios existentes no Brasil, apenas 6,9% ficam na região, contra 44% do Sudeste e 26% do Nordeste. Mesmo assim, houve um aumento de mais de 41% no número de habitações dos Estados do Norte entre 2000 e 2010.

A expansão das moradias é um fenômeno importante que foi revelado pelo último Censo. Houve um aumento de quase 28% nos domicílios na década, mais que o dobro do crescimento da população brasileira no mesmo período.

O Censo 2010 registrou 9% dos domicílios particulares vagos, sendo que as regiões Nordeste (10,8%) e Centro-Oeste (9,1%) apresentam os maiores percentuais.



COMPARE O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 1872-2010






LEIA MAIS SOBRE O CENSO



  • Veja curiosidades do Censo 2010 sobre os municípios brasileiros

  • Brancos são menos da metade da população pela primeira vez no Brasil

  • Top 10: curiosidades do aumento populacional nos Estados

  • Sudeste lidera ranking de mortalidade infantil entre 2009 e 2010

  • Curiosidades do Censo sobre raça no Brasil

  • Êxodo rural cai pela metade em uma década

  • Em dez anos, diminui o número de crianças e aumenta o de idosos no Brasil

  • Em dez anos, diminui o número de crianças e aumenta o de idosos no Brasil

  • Em 20 anos, zonas urbanas do país crescem o equivalente a duas Xangai

  • Em uma década, número de moradias aumenta mais que o dobro que o crescimento da população

  • Em dez anos, cresce percentual de imóvel alugado e cai o de casa própria

  • São Paulo concentra maiores densidades demográficas do país; menores estão no Amazonas

  • Maranhão tem maior proporção de baixa renda; SC registra a menor

  • População do Rio Grande do Sul cresce a "ritmo suíço", aponta IBGE

  • Com migração agrícola, Norte é região onde população mais cresce no país, mostra IBGE

  • População masculina já é maioria entre menores de 19 anos no Brasil

  • Brasil tem 661 mil jovens e 132 mil crianças responsáveis pelo próprio domicílio, diz IBGE

  • IBGE aponta que distribuição de água cresceu em todas as regiões do Brasil



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IBGE - Mapa-mundi

IBGE - Mapa-mundi

quarta-feira, 30 de março de 2011
O IBGE lançou um mapa-mundi
digital, com síntese, histórico, indicadores sociais, economia, redes,
meio ambiente, entre outras informações.
 

http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php

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Rodas de Leitura

Rodas de Leitura

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

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Anuário de estudos americanos

Anuário de estudos americanos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Estimado lector:

Ya puede consultar en la edición electrónica de Anuario de Estudios

Americanos los contenidos publicados en la revista entre 1994 y 1998,
volúmenes 51 a 55, que suman un total de 170 documentos:

http://estudiosamericanos.revistas.csic.es/index.php/estudiosamericanos/issue/archiveEste
periodo incluye los monográficos:Vol 55, No 1 (1998): En torno al 98Vol 51, No 2 (1994): El Caribe de Colonia a RepúblicaGracias por mantener el interés en nuestro trabajo.Edición Electrónica Revistas CSIC - AEAeditor.revistas@csic.esanuario@eehaa.csic.es __________________________________Anuario de Estudios Americanos http://estudiosamericanos.revistas.csic.es
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A banalização do mal









Os Os recentes episódios envolvendo declarações xenófobas e racistas de jovens decepcionados com o resultado das últimas eleições presidenciais acende o sinal amarelo para que todas as pessoas de bem, independentemente de coloração partidária, façam a sua parte na pregação da tolerância e do respeito à convivência democrática entre os diferentes setores da sociedade brasileira. O preconceito é - lamentavelmente - uma característica inerente à condição humana, sublimada, civilizadamente reprimida ou controlada na imensa maioria dos casos, mas é uma besta-fera que sempre está à espreita esperando o momento certo de atacar. Por isso, é importante relembrar como a população alemã foi enredada na barbárie nazista. Pessoas comuns foram sendo transformadas em monstros, muitas vezes sem se darem conta da suprema maldade em que imergiam. O mal era visto como algo banal. A revista Aventuras na História traz uma entrevista de Ian Kershaw, considerado o maior biógrafo de Adolf Hitler, em que ele diz que Hitler teve seu trabalho facilitado pelo silêncio dos cidadãos comuns, que se preocuparam mais com seus próprios umbigos do que com o que estava acontecendo à sua volta. Nas palavras de Kershaw, eles "viraram as costas para o diabo". Confira um trecho da entrevista reproduzida no blog História Viva:

Qual a relação entre o antissemitismo da população em geral e o do Partido Nazista?

Havia na Alemanha um antissemitismo latente muito difundido. Muitas pessoas achavam que os judeus eram poderosos demais, controlavam a economia e a mídia de massa. Mas elas não eram propensas a se engajar em ações violentas contra os judeus. Hitler era o mais radical dos radicais em termos de antissemitismo. Com o tempo, mais e mais pessoas foram absorvidas pelo Partido Nazista, que era determinado por essa necessidade patológica de expulsar os judeus. Mais as pessoas aderiam ao partido, mais estavam expostas a isso. E assim o antissemitismo dos radicais do partido se estendeu à burocracia de Estado, sem ter penetrado da mesma maneira no povo em sua maioria.

Quais foram os limites da penetração ideológica nazista?

A propaganda foi bem-sucedida na criação do mito do Führer como um grande líder carismático. Também foi importante para explorar o sentimento nacionalista dos alemães e na intensificação do ódio aos judeus. Mas, em outras áreas do dia a dia, a propaganda nazista não foi tão bem-sucedida. As pessoas se preocupavam mais com os problemas do cotidiano.

Uma das frases do senhor é constantemente citada: "A estrada para Auschwitz foi construída com ódio, mas pavimentada pela indiferença". Qual seu significado?

Quis dizer que a dinâmica das forças dirigentes que conduziram a Auschwitz foi provida por esse ódio patológico imbuído em Hitler. Mas, para muitas das pessoas comuns, os problemas de todo dia predominavam. É uma atitude de fechar os olhos, virar as costas para o diabo. A dinâmica do ódio da minoria obteve sucesso porque a maioria não se importava.

O senhor já disse que, se vivesse na Alemanha nazista, poderia estar tão confuso como o povo na época.

Situações e circunstâncias mudam indivíduos. Pessoas que fizeram coisas horríveis na era nazista eram antes perfeitamente comuns. Claro, todos gostaríamos de pensar que seríamos antinazistas. Mas a verdade é que a maioria de nós iria transigir com o regime. Ao se ajustar, você é cada vez mais sugado, e talvez vá acabar no Exército ou em alguma organização, onde fará coisas que, no sentido moral, serão aberrantes.
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Sobre Ditadura (UFF)

Sobre Ditadura (UFF)

domingo, 5 de dezembro de 2010
 
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1939: Primeiro atentado contra Hitler

segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Hitler em 1939, ao receber o premiê tcheco Joseph Tiso em Berlim

No dia 8 de novembro de 1939, Hitler escapou por pouco de um atentado que matou oito pessoas numa cervejaria de Munique.

 
A bomba, detonada no porão de uma cervejaria em Munique, matou oito pessoas e causou ferimentos em outras 63. Tratava-se de um atentado a Adolf Hitler, que havia se retirado do local pouco antes da explosão. Seu autor, capturado na mesma noite ao tentar fugir para a Suíça, ficou preso no campo de concentração de Dachau e foi morto pouco antes de acabar a Segunda Guerra Mundial.
A guerra iniciada por Hitler poucos meses antes preocupava os alemães. Os principais críticos da tática expansionista do Führer estavam entre os políticos, funcionários do alto escalão militar ou dos ministérios do Reich. Havia também os individualistas, caso do carpinteiro Georg Elser, de 36 anos, que planejou e executou o atentado a bomba contra Hitler no porão de uma cervejaria.
Nos poucos dias que antecederam a reunião anual para lembrar o atentado fracassado contra Hitler de 1923, Elser conseguiu entrar mais de 30 vezes, à noite e despercebido, nos salões no porão da cervejaria Bürgerbräu e montar o artefato dentro de um dos pilares de madeira. Ele havia conseguido o explosivo numa pedreira, onde começou a trabalhar exclusivamente para roubar a dinamite.
Prisão na mesma noite
Devido à guerra, as festividades tiveram um programa bem mais curto do que o previsto. Por isso, o discurso de Hitler aconteceu bem mais cedo e ele deixou o local exatamente 13 minutos antes de a bomba explodir. Elser foi preso na mesma noite, quando tentava escapar para a Suíça.
O ódio a Hitler, a morte do irmão num campo de concentração e seus contatos com a resistência comunista o haviam levado a cometer o atentado. Georg Elser ficou preso no campo de concentração de Dachau, perto de Munique, sendo assassinado por membros da Gestapo e da SS quase no final da guerra, em 1945.
 
Doris Bulau (rw)
Source: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,671357,00.html?maca=bra-newsletter_br_Destaques-2362-html-nl
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Pagú: Ontem e Hoje.

sábado, 6 de novembro de 2010

Ela foi musa do antropofagismo, escritora, jornalista, poetisa, desenhista, militante política e agitadora cultural. Cem anos após seu nascimento, recebe homenagens e permanece como um exemplo de ousadia e determinação


INFÂNCIA E GRAVIDEZ
Patrícia Rehder Galvão
 nasceu no dia 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista (SP), em uma família burguesa e repressora. “O primeiro fato consciente da minha vida foi a entrega do meu corpo. Eu tinha 12 anos incompletos. Tinha plena consciência de todas as consequências que poderia enfrentar”, escreveu ela, em uma carta a seu terceiro marido, Geraldo Ferraz, publicada no livro Paixão Pagu (Ed. Agir). Aos 14, engravida de Olímpio Guilherme, galã da época, e tem seu primeiro aborto.
APELIDO A família muda-se para São Paulo, e Patrícia desfila pela cidade de camisa transparente, batom escuro e cigarro na boca. Em 1925, três anos depois da Semana de Arte Moderna, começa a publicar poemas e desenhos no Brás Jornal, com o pseudônimo Patsy. A jovem conquista os artistas modernistas, como o poeta Raul Bopp, que, pensando que ela se chama Patrícia Goulart, a batiza de Pagu.
TRIÂNGULO AMOROSO COM TARSILA E OSWALD Raul insere Pagu, então com 18 anos, no Movimento Antropofágico, e o casal Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral faz dela a queridinha do grupo. “Se o lar de Tarsila vacila, é por causa do angu de Pagu”, escreve Oswald, apaixonado pela jovem. Em um casamento arranjado por Tarsila e Oswald, ela se junta com um pintor e vai para a Bahia – tem 19 anos e está grávida do escritor (seu segundo aborto). Oswald deixa Tarsila e pede que Pagu volte.
NOIVA LIBERAL Dias antes de seu casamento com Oswald, Pagu, grávida novamente, o flagra com outra. Em carta a Geraldo Ferraz, então seu amigo, ela comenta o episódio e diz que foi apresentada como a noiva liberal. “Fingi compreender. O medo do ciúme ficou exposto. Tomamos café juntos, os três. Havia a imensa gratidão pela brutalidade da franqueza.”
MILITÂNCIA POLÍTICA Três meses após dar a luz a Rudá de Andrade, Pagu viaja para Buenos Aires, de onde traz livros comunistas. Em 1931, funda o jornal O Homem do Povo, levando Oswald para a militância. O tabloide é fechado e a dupla foge para Montevidéu, onde encontra o revolucionário Luís Carlos Prestes. Em prol do PCB (Partido Comunista do Brasil), ela deixa o filho, vai para o Rio de Janeiro, passa fome e é presa – nesse momento, passa a questionar os ideais políticos que a levaram até ali. A decepção com o partido a leva ao isolamento. Em 1933, publica o romanceParque Industrial, com o pseudônimo Mara Lobo, e mostra sua ligação com o comunismo mesmo fora do partido.
VIAGENS Pagu parte por conta própria para uma viagem internacional, durante a qual envia reportagens para jornais brasileiros, como uma entrevista com o pai da psicanálise, Sigmund Freud. NaManchúria, acompanha a coroação de Pu Yi, o último imperador, de quem recebe 19 vasinhos de soja. Raul Bopp, cônsul no Japão, encaminha as mudas ao Ministério da Agricultura, que inicia o cultivo do grão no Brasil. Em Moscou, a miséria derruba o ideal político de Pagu. Na França, ela é detida e repatriada.
PRISÃO Ela passa quatro anos encarcerada pela Intentona Comunista, lançada em 1935 contra o governo de Getúlio Vargas. Ao ser liberada, com 30 anos, abandona a luta comunista, separa-se de Oswald e casa-se com o escritor Geraldo Ferraz, com quem tem seu segundo filho, em 1941. Com o marido, ela edita o suplemento literário do jornal Diário de São Paulo, que apresenta autores inéditos no país, como James Joyce, Franz Kafka e Bertolt Brecht.
ARTES DRAMÁTICAS Na década de 1950, Pagu faz aulas na Escola de Arte Dramática de São Paulo e já não lembra a personagem polêmica: prefere ser chamada de Patrícia e foge dos holofotes. Ela se muda paraSantos com a família. Lá, trabalha no jornal A Tribuna e estimula a vida cultural da cidade.
CÂNCER Nos últimos anos de vida, Pagu exibe roupas escuras, cabelos despenteados e um ar melancólico. Em 1962, viaja a Paris para um tratamento de câncer. Lá, tenta suicidar-se com um tiro no peito, mas sobrevive. De volta ao Brasil, doa sua biblioteca de teatro à Escola de Arte Dramática e morre na casa onde morava, em Santos.
LIXO E HOMENAGEM Em 2004, uma catadora de lixo de São Paulo encontra fotos e documentos de Pagu jogados na rua – caso que ganha repercussão na mídia. Em 2010, ano no qual se celebra o centenário de nascimento de Pagu, ela é homenageada com uma fotobiografia e as exposições “Viva Pagu!” na Casa das Rosas, em São Paulo, e no Centro de Estudos Pagu, na Unisanta, em Santos.
Fonte: http://revistacriativa.globo.com/Revista/Criativa/0,,EMI144610-17376-1,00-PAGU+ONTEM+E+HOJE.html

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