Links - Pagu: Causa Operaria
Pagú e Vicente de Carvalho
Pagu e Vicente de Carvalho Texto publicado em 06 de Julho de 2010 - 04h17 |
por Alessandro Atanes * |
Vou aproveitar o centenário de Patrícia Galvão, a Pagu (1910-1962), e as recentes manifestações iniciadas pelo escritor Flávio Viegas Amoreira no jornal A Tribuna sobre a preservação do casarão onde morreu Vicente de Carvalho (1866-1924) para lembrar dois artigos que a musa do modernismo escreveu sobre o poeta do mar.
Os dois epítetos acima são, claro, dois lugares comuns, estereótipos. Patrícia foi bem mais que musa e o mar, apesar de grande espaço ocupado na escrita de Vicente de Carvalho, não encerra inteiramente sua poesia. Aos artigos, pois:
Em 21 de julho de 1957, sob o pseudônimo Mara Lôbo, Patrícia publica em A Tribuna Vicente de Carvalho o poeta, em que traça um lugar único para o escritor que produziu em um momento peculiar, de transição entre o simbolismo e o parnasianismo de fins do século XIX e o modernismo brasileiro, que tem seu marco zero na Semana de Arte Moderna de 1922.
Cronologicamente, Vicente de Carvalho encerra a poesia imediatamente anterior à revolução modernista. Na poesia, ele tem o mesmo papel de Monteiro Lobato no conto e de Lima Barreto no romance. Naturalmente, cada um com as suas características próprias...
Livre das escolas e movimentos, Vicente de Carvalho, continua Mara Lôbo, pôde desenvolver um estilo único que não tem igual mesmo entre seus contemporâneos internacionais. Resultado disso é seu Poemas e canções, de 1908, momento "definitivo":
Sua cristalização poética é extraordinária. Vicente de Carvalho não se deixa influenciar a não ser por uma responsabilidade total do momento que vivia, e sua poesia toda está contida nos versos do livro admirável (...)
Para ilustrar, Palavras ao Mar, que o próprio Flávio Viegas Amoreira destacou em artigo recente sobre Vicente de Carvalho no qual destaca, assim como Patrícia, seu lugar único, "nem parnasiano, nem pós-simbolista ou pré-modernista, foi essencialmente ele".
Mar, belo mar selvagem Das nossas praias solitárias! Tigre A que as brisas da terra o sono embalam, A que o vento do largo erriça o pêlo ! Junto da espuma com que as praias bordas, Pelo marulho acalentada, à sombra Das palmeiras que arfando se debruçam Na beirada das ondas a minha alma Abriu-se para a vida como se abre A flor da murta para o sol do estio.
Em 19 de abril de 1959, a três dias do aniversário de sua morte, Patrícia (novamente como Mara Lôbo) volta ao poeta para tratar de uma homenagem que a Academia Santista de Letras preparava para Vicente de Carvalho.
Como dizia, não suporto Academia; não só por causa da "santista"; a "brasileira" também não me merece consideração alguma a "francesa" idem. Trata-se bem de alergia ao acadêmico; ao que o acadêmico representa de morto. Mas, viva a Academia que comemora o Vicente de Carvalho!
Engraçado, se não fosse trágico, que Patrícia lamente que os 50 anos do Poemas e canções tenham passado " quietos na mediocridade dos dias". Pior que o centenário, comemorado no ano passado, também ficou sem lembrança além de um texto nesta coluna (A atualidade de Vicente de Carvalho e de seus poemas e canções e outros artigos analisando a obra ou lamentando sua não republicação) e uma reportagem em A Tribuna. A única editora comercial da cidade, nem as duas editoras universitárias e nem a prefeitura não republicaram no centenário de seu mais importante livro o "maior poeta da terra santista", para acabar com outra frase de Patrícia Galvão/Mara Lôbo.
Referências Patrícia Galvão (como Mara Lôbo). Vicente de Carvalho o poeta. Literatura. A Tribuna: Santos, 21/07/1957.
Patrícia Galvão (como Mara Lôbo). Uma data: Vicente de Carvalho. Literatura. A Tribuna: Santos, 19/04/1959. |
Pagú e Italo Calvino
Pagu e Italo Calvino Texto publicado em 13 de Julho de 2010 - 01h09 |
por Alessandro Atanes * |
http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=30558 |
Embalado com o centenário de Patrícia Galvão, a Pagu, volto a seus textos críticos. Na semana passada mostrei o que a intelectual, por meio do pseudônimo Mara Lôbo, havia escrito sobre Vicente de Carvalho. Hoje, destaco o que ela escreveu sobre um de meus autores preferidos, Italo Calvino (1923-1985).
Em 10 de julho de 1960, Mara Lôbo publica na coluna Literatura, do jornal A Tribuna, o artigo Literatura em livro de bolso: I. Calvino, no qual comemora a publicação em português de O atalho dos ninhos de aranha, seu primeiro livro, de 1947, em edição de bolso da Portugália Editora, de Portugal.
Aí nota-se como Patrícia mantinha-se atualizada, citando ainda conhecer O barão nas árvores (1957), que ela chama de Barão Rampante, e O cavaleiro inexistente (1959), que trata no original italiano (Il Cavaliere inesistente). Além dessas três obras, Calvino havia publicado ainda em 1952 O visconde partido ao meio.
A colunista conta que o O atalho dos ninhos de aranha fez Calvino conquistar um espaço importante na literatura italiana no pós-guerra ao tratar do combate de partigianos, dos quais o autor fez parte, contra alemães e fascistas na Ligúria Ocidental. Mas, para ela, o melhor viria com sua obra posterior:
Calvino, que vinha de uma história viva e real, recordando seus companheiros de Brigada, lança-se aqui a outro plano, o de uma transposição mitológica, para o que concorreu a feitura de outro romance, "Il Cavaliere Inesistente", que Calvino realizou após tentar o gênero do conto filosófico e muso do século dezoito... Como se vê, o escritor não fica no plano de um realismo próximo, mas busca e pesquisa, e daí esse "Barão rampante", que é um livro já seu, já originalmente trabalhado e sem filiações fáceis, como o seria se ele tivesse se mantido na linha dos grandes contos, tipo chamisso, do "Homem que perdeu a sombra".
Mara Lôbo enumera as qualidades de Calvino que tanto faria a alegria de leitores em todo o mundo nos anos seguintes: agilidade mental, utilização dos recursos do humor no sentido inglês do termo e uma divagação cheia de poesia e fantasia. E conclui:
Sem dúvida, os trinta e poucos anos de Italo Calvino amadureceram na guerra, e este romance de Ligúria em guerra será um dia esquecido. Mas, com ele, Calvino ganhou celebridade e avança para produzir seu livro original, que o " Barão rampante" já anuncia mais nitidamente. O livro de bolso realiza a missão de renovar os títulos e apresentar nomes que doutra forma demorariam muito a chegar à língua portuguesa. E com isto a literatura toda recebe novas contribuições.
Pós escrito Leio o artigo sobre Calvino e os da semana passada sobre Vicente de Carvalho por causa de pesquisa de Márcia Costa, minha companheira, que escreveu uma dissertação de mestrado sobre o trabalho jornalístico de Patrícia Galvão em A Tribuna. Parte do artigo está reproduzido em Viva Pagu: Fotobiografia de Patrícia Galvão, de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz, lançado agora no início de julho, uma contribuição à história cultural de Santos e do Brasil. Voltarei ao livro em outra oportunidade.
Referências Patrícia Galvão. Literatura em livro de bolso: I. Calvino. Literatura: A Tribuna, 10 de julho de 1960.
Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz.Fotobiografia de Patrícia Galvão. Santos e São Paulo: Unisanta e Imprensa Oficial de São Paulo, 2010. |
Pagu insurgente que combateu distames varguistas
Patrícia Galvão: uma insurgente que combateu os ditames varguistas, misóginos, iconoclastas do século XX.http://brochurasdeumamenina.blogspot.com/2010/07/patricia-galvao-uma-insurgente-que.html
(Ludimila Moreira Menezes)
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Casa das Rosas dedica os meses de junho e julho ao centenário de nascimento de Pagu:
Fonte: Casa das Rosas
PAGU 100: Julho e julho de 2010
Nos meses de junho e julho, em celebração ao centenário de nascimento de Patrícia Galvão (1910-1962), a Casa das Rosas visita Pagu. Convidamos a todos para participarem das diversas atividades, apresentações, oficinas, reflexões e releituras das múltiplas facetas dessa poeta, intelectual, militante política e jornalista. Acompanhe a programação e conheça um pouco mais da história, obras e pensamento de Pagu.
Rudá K. Andrade
EVENTOS ESPECIAIS
100 ANOS DE PAGU
Com dra. Lúcia Maria Teixeira Furlani e Frederico Barbosa.
Quarta-feira, 9 de junho, 18h.
Apresentação da programação do centenário de Patrícia Galvão e leitura de textos inéditos pela atriz Miriam Freeland.
ADMIRÁVEL PARQUE INDUSTRIAL
Com Lívio Tragtenberg.
Sextas-feiras, 11 e 18 de junho; 16 e 23 de julho, 20h às 21h.
Uma rapsódia de transfiguração sonora e visual a partir do romance Parque industrial (1933), de Patrícia Galvão, com vídeos, música e voz ao vivo. Vídeos de Roberto Moreira e Georgia Costa.
ANGU DE PAGU
Sábados, 24 e 31 de julho, 20h.
O espetáculo conta a história de diversas "Pagus" em seis momentos marcantes de sua vida.
Direção e concepção: Gal Martins.
Intérpretes-criadores: Cléia Varges, Felipe Santana, Jean Valber, Barbara Santos, Lenny de Sousa, Marcela Teixeira, Mazé Soares, Rodrigo Cândido e Welton Silva.
Coreografia: Gal Martins e intérpretes-criadores.
Coreógrafo convidado: Antonio Marques.
Assistência de coreodramaturgia: Adriana Coldebella e Siva Nunes.
Preparação corporal: Érika Moura.
Orientação de pesquisa biográfica: Gisleide dos Santos.
Trilha sonora: Gunnar Vargas.
Figurino: Gisleide dos Santos.
Produção: Marina Hohne.
Adaptação de textos: Siva Nunes e Welton Silva.
Fotos: Érick Diniz.
PROJETO REVISTA CULTURAL
Com Os Babilaques.
Sábado, 26 de junho, 20h.
A primeira "Edição Especial da Revista Cultural" será dedicada a Pagu, uma das pessoas mais controvertidas e intensas do século XX.
Sexta-feira, 30 de julho, 20h.
No mês de julho, show especial dedicado inteiramente aos poetas marginais contemporâneos.
MESAS-REDONDAS
PAGU NO CINEMA
Com Rudá K. Andrade e Pedro Paulo Rocha.
Terça-feira, 22 de junho, 20h às 21h30.
PAGU NO JORNALISMO
Com Márcia Costa e Juliana Neves.
Terça-feira, 29 de junho, 20h às 21h30.
PALESTRAS
PAGU NA DRAMATURGIA
Com Christiane Tricerri.
Terça-feira, 8 de junho, 20h às 21h30.
Discussão sobre o interesse de Pagu pelo teatro nos últimos dez anos de sua vida.
PAGU: TRAVESSIA PARA DIFERENTES PAIXÕES
Com dra. Lúcia Maria Teixeira Furlani.
Terça-feira, 15 de junho, 20h às 21h30.
Os vários momentos de Pagu como musa da terceira geração do Modernismo brasileiro, política militante, dissidente política, jornalista e escritora.
*Esse texto tem que sair
REVELAÇÕES DE PAGU: EM TORNO DE ESCRITOS AUTOBIOGRÁFICOS
Com Gênese Andrade.
Terça-feira, 6 de julho, 20h.
Reflexões sobre a autobiografia, as fronteiras entre ficção e confissão, tomando a vida e a obra de Pagu como exemplo.
PAGU
Com Maria de Lourdes Eleuterio.
Terça-feira, 13 de julho, 20h.
A atuação de Pagu como jornalista e desenhista do jornal O Homem do Povo (março/abril de 1931).
O JORNALISMO DE PAGU
Com K. David Jackson.
Domingo, 1º de agosto, 20h.
O jornalismo de Pagu durante 30 anos de atuação em São Paulo e Santos.
EXPOSIÇÃO
VIVA PAGU
Curadoria: dra. Lúcia Maria Teixeira Furlani.
Colaboração: Geraldo G. Ferraz e Rudá K. de Andrade.
De terça-feira, 1º de julho, a domingo, 8 de agosto.
Abertura: 1º de julho, 20h.
Em 2010, Pagu completaria 100 anos. Em sua homenagem, a Casa das Rosas, em parceria com a Universidade Santa Cecília, de Santos, recebe a exposição "Viva Pagu". Na abertura, será lançado o livro Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão, de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz (Unisanta e Imprensa Oficial)
CURSOS BIMESTRAIS
30 vagas.
Inscrições na recepção da Casa das Rosas, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Documentação necessária: Foto 3x4; xerox do RG e do comprovante de residência. Com entrega de certificado (mínimo de 70% de frequência). Taxa: R$ 10,00.
LITERATURA E POLÍTICA: A OBRA DE PAGU
Com Bianca Ribeiro.
Terças-feiras, 1, 8, 15 e 22 de junho, 19h30 às 21h30.
O curso tem como objetivo a análise da obra literária e dos textos jornalísticos de Patrícia Galvão.
FACE A FACE COM PAGU
Com Susanna Busato.
Sábados, 19 e 26 de junho; 3, 10 e 17 de julho, 15h às 17h.
Encontros com Pagu para aqueles que não a conhecem e desejam descobrir as faces dessa mulher. No dia 3 de julho, haverá a exibição do filme Eternamente Pagu.
MEIO-DIA MOVIOLA
CINE PAGU
Quintas-feiras, 8, 15, 22 e 29 de julho, 12h30.
Filmes indicados para maiores de 18 anos.
8 Eh, Pagu, eh.
15 Pagu livre na imaginação, no espaço e no tempo.
22 e 29 O homem do pau-brasil.
Agencia Patricia Galvao
100 anos de Patrícia Galvão
No âmbito da cobertura sobre o centenário de nascimento de Patrícia Galvão, também conhecida como Pagu, a Agência Patrícia Galvão acompanha a divulgação de informações sobre alguns eventos promovidos em homenagem à artista e ativista política.
(Folha de S.Paulo) Deu na Ilustríssima (04/07/2010):
VIVA PAGU
A vida da escritora Patrícia Galvão (1910-62), musa dos modernistas, é o tema desta fotobiografia organizada por seu filho Geraldo Galvão Ferraz e por Lúcia Maria Teixeira Furlani. Com base no livro, exposição na Casa das Rosas (até 8/8) reúne manuscritos inéditos, fotografias e cartas da escritora.
Imprensa Oficial / Unisanta 348 págs. | R$ 90
(O Estado de S. Paulo) "Aos 20 anos, militante, incendiou o bairro do Cambuci em protesto contra o governo provisório. E, aos 21, tornou-se a primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, substituindo num comício comunista um amigo estivador, morto em seu braços pela polícia. Essa foi Patrícia Galvão, diva do movimento modernista brasileiro cujo centenário de nascimento é comemorado hoje com a abertura da programação Viva Pagu, no Centro de Estudos Pagu Unisanta, em Santos.A programação do centenário envolve várias cidades, entre elas Santos, Paraty (na Flip) e São Paulo (nesta quinta, 9, serão apresentadas cartas inéditas suas na Casa das Rosas). No dia 1º de julho, no mesmo local, será lançado o livro Viva Pagu - Fotobiografia de Patrícia Galvão, de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz, seguido de uma exposição com imagens raras da também pioneira escritora militante: é dela o primeiro romance proletário publicado no Brasil, Parque Industrial (1931).
A fotobiografia, com documentos inéditos, será seguida (no fim do ano) por uma coleção de quatro livros que reúne toda a produção jornalística de Pagu. Associada à figura da extravagante garota que conquistou o inventor do modernismo e depois virou militante comunista, Pagu, parente de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, foi amiga de intelectuais como Borges e Breton. ela morreu em 1962 e traduziu autores importantes (Ionesco, Arrabal), formando dramaturgos como Plínio Marcos." Acesse essa matéria: 100 anos de Pagu, musa do modernismo (O Estado de S. Paulo - 09/06/2010)
Centenário de Pagu tem série de eventos
(Folha de S.Paulo - 09/06/2010) A partir de hoje, às 18h, a Casa das Rosas apresenta uma programação dedicada à historia, obra e pensamento de Patrícia Galvão (1910-1962), que vai até julho com oficinas, debates, espetáculos e releituras (av. Paulista, 37, tel. 0/xx/11/ 3285-6986; saiba mais em www.casadasrosas-sp.org.br)
100 anos de Pagu tem calendário cultural
(Criativa) "Ela foi musa do antropofagismo, escritora, jornalista, poetisa, desenhista, militante política e agitadora cultural. Cem anos após seu nascimento, recebe homenagens e permanece como um exemplo de ousadia e determinação." Acesse essa matéria: 100 anos de Pagu tem calendário cultural (Criativa - 07/06/2010)
Leia também:
Edição de luxo contará vida de Pagu em imagens (O Estado de S. Paulo -08/05/2010)
Fotobiografia e pesquisa reavivam veia crítica de Pagu (Folha de S.Paulo - 05/06/2010)
Saiba mais sobre Patrícia Galvão: http://www.pagu.com.br
Viva Pagu - video
Viva Pagu - Fotobiografia de Patrícia Galvão
Mulher múltipla, Patrícia Rehder Galvão (1910-1962) foi jornalista, musa modernista, romancista, militante comunista, poeta, desenhista, incentivadora da cultura brasileira e da cultura universal. Para marcar o centenário de seu nascimento, a exposição "Viva Pagu" traz manuscritos inéditos de suas obras, cartas escritas por Pagu, fotografias legendadas por ela e cadernos. A exposição acontece na Casa das Rosas (Av. Paulista, 37 -- Bela Vista -- São Paulo, SP) de 1º de julho a 8 de agosto de 2010. As peças apresentadas na exposição estão no livro "Viva Pagu -- Fotobiografia de Patrícia Galvão" (Imprensa Oficial/Unisanta), que Lúcia Maria Teixeira Furlani escreveu em parceria com o jornalista Geraldo Galvão Ferraz, filho de Pagu e que foi lançado junto com a abertura da mostra, na Casa das Rosas. "Patrícia Galvão tem uma biografia extraordinária. Entregou-se de corpo e alma em várias frentes culturais e políticas, movida por ideais que continuam na ordem do dia, como a justiça social e a transformação do homem por meio da cultura", lembra Hubert Alquéres, diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. A exposição tem a colaboração de Geraldo e do neto de Pagu, Rudá K. de Andrade, que se encarrega da videoinstalação.
Profissão: Herdeiro
Famílias, eu vos detesto. A antologia que acaba de sair na França com esse título é uma coleção de casos vividos por Emmanuel Pierrat, especialista em propriedade intelectual. O que pode ser pior para um fã de Jorge Luis Borges do que não encontrar suas obras pela coleção Pléiade porque a reedição foi bloqueada pela viúva do autor, Maria Kodama? E a frustração dos leitores de Jean Giono que não poderão ler as 3 mil páginas de sua correspondência com a amante Blanche Meyer, proibida pelos sucessores?
Freud já estudava as lutas familiares depois da morte do pai e o impulso de retomar o lugar vago. Não acontece apenas no terreno psíquico nem só na França. O bibliófilo José Mindlin dizia que familiares de escritores deviam ostentar no cartão de visita a profissão "herdeiro". Não é justo colocar no papel do carrasco apenas as famílias. O próprio Pierrat reconhece que editoras são especialistas em ultrapassar limites. Na guerra travada por trás das estantes, o leitor nem desconfia por que esse ou aquele autor evaporou-se de repente.
Agora que Pagu revive com uma fotobiografia e exposição na Casa das Rosas, em São Paulo, um lado da família cuida de não respingar na mítica avó nenhum petardo da batalha travada pelos herdeiros do ex-marido de Patrícia Galvão, Oswald de Andrade. Filho dos dois, Rudá de Andrade morreu em janeiro de 2008 como inventariante, mas Marília, filha de Oswald com sua última mulher, Antonieta, disse a ÉPOCA que agora ocupa essa função. Marília exige 75% dos direitos autorais e de publicação, porque assume os 50% da mãe, que se suicidou, e os 25% do único irmão, Paulo Marcos, morto num desastre. Dos muitos casamentos de Oswald nasceram quatro filhos: os dois de Antonieta, o primogênito, Nonê, casado com Adelaide, ainda viva, e Rudá, casado algumas vezes, com três herdeiros. A obra do genial Oswald passa por esse intrincado labirinto familiar, já que a viúva de Rudá, Halina Kocubej, e seu filho Rudazinho foram surpreendidos com um testamento de Oswald encontrado por Marília legando 50% dos direitos a sua mãe.
"Minha tia derrubou um triunvirato de 40 anos meu pai, Adelaide e ela dividiam tudo", diz Rudazinho. "Meu pai reviveu Oswald na Editora Globo na década de 1990. Mas agora meus irmãos Gilda e Cláudio, de seu primeiro casamento, estão ao lado da minha tia, contra mim e minha mãe. Não nos falamos, os contratos ficam truncados, implicam até com o inventário da Pagu. As obras vão sumir, a gente não pode deixar que aconteça com Oswald o que aconteceu com Graciliano e Lobato."
A pesquisadora Maria Eugênia Boaventura, autora da bela biografia de Oswald, O salão e a selva, lastima a remexida num inventário que não fechou. "Desde a morte de Oswald se sucedem gerações de filhos de várias mulheres que não se entendem e pouco conviveram com ele em 1954, Marília tinha 8 anos", diz. "Só se reedita o que constava no contrato. A biografia do Oswald seria inviável hoje."
Graciliano morreu um ano antes de Oswald. A família em pé de guerra levou mais de 50 anos para fechar o inventário. Os filhos da herdeira Heloísa, Clara e Ricardo, brigavam entre si e não se entendiam com a mãe e a irmã mais velha, Luiza, casada com James, irmão de Jorge Amado. Clara e Ricardo morreram em 1992 sem se falar. A inventariante passou a ser a filha de Clara, a psiquiatra Luciana Ramos, hoje com 54 anos.
"A família se desagregou quando eu tinha 10 anos. Quando fiz 18, minha mãe rompeu com a mãe dela, minha avó Heloísa, viúva de Graciliano. Uns ficaram de um lado, outros partiram para a briga, e eu lutei para criar um instituto em que todo mundo opinasse, mas não deu certo", diz Luciana Ramos. "Vovô tinha filhos do primeiro casamento que eram desprezados pela vovó, a segunda mulher. Quando tomei pé da situação, discordei dos pagamentos da Record. Foi muita disputa, até tia Luiza fazer uma sociedade. Fui a única que não entrou, a editora tem de me pedir permissão para tudo. Havia interesse de estrangeiros em filmar a obra do vovô e um projeto de memorial pelo Niemeyer. A confusão familiar impediu contratos importantes. A briga é para ser a encarnação do vovô na Terra."
A filha de Oswald de Andrade exige 75% dos direitos autorais das obras do pai. A descoberta de um testamento gerou uma disputa entre os herdeiros
Os rastros da musa do modernismo no cinema, na musica e na literatura
COMPORTAMENTO
Os rastros da musa do Modernismo no cinema, na música e na literatura
Patrícia Galvão já ganhou as telas no longa "Eternamente Pagu" (1988), dirigido por Norma Bengell e estrelado por Carla Camurati. No filme, Antônio Fagundes é Oswald de Andrade e Esther Góes, Tarsila do Amaral.
A escritora também foi retratada em dois documentários de curta-metragem: "Eh Pagu Eh" (1982), de Ivo Branco, e "Pagu - Patrícia Galvão: Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo" (2001), de seu filho Rudá Andrade e do diretor Marcelo Tassara. Apareceu ainda como personagem da minissérie da TV Globo "Um Só Coração" (2004), vivida por Miriam Freeland.
Também virou música "Pagu", de Rita Lee e Zélia Duncan, gravada por ambas e, depois, por Maria Rita. Mas é na literatura que a musa do Modernismo brasileiro ganhou mais homenagens. Uma delas, considerada a mais profunda, é assinada pela pesquisadora Lúcia Furlani, a mesma responsável pela fotobiografia "Viva Pagu". Chama-se "Pagu Patrícia Galvão: Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo", foi publicada em 1999 e inspirou o curta homônimo citado anteriormente.
"Pagu: Vida-Obra" (1987) tem a assinatura do concretista Augusto de Campos. Trata-se de uma antologia poética comentada, em que Campos, num apelo pela recuperação de toda a sua produção jornalística, chama a autora de "a primeira mulher nova do Brasil no século 20". Há ainda outros títulos de origem acadêmica, mas quem quiser mergulhar na vida e na obra de Patrícia Galvão tem como melhores pedidas, além das obras citadas, o livro "Paixão Pagu", espécie de autobiografia precoce elaborada a partir de suas cartas escritas na prisão e compilada pela editora Agir em 2005.
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2980989.xml&template=4187.dwt&edition=15156§ion=1361
Pagu na FLIP, em Paraty
Pagu na FLIP, em Paraty
Lúcia Maria Teixeira Furlani, autora da obra "Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão", escrita em parceria com Geraldo Galvão Ferraz e editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Editora Unisanta, falará sobre a musa do movimento modernista na mesa "Viva Pagu em três atos, em palavras e imagens", incluída na programação da Flipzona, dia 6 de agosto, das 17 às 18 horas. No mesmo dia, Alberto da Costa e Silva, outro autor pela Imprensa Oficial, também participa de mesa.
Escritora, jornalista, militante política e mulher de teatro, Patrícia Galvão (1910-1962) lutou com paixão em muitas trincheiras. Agora ela será tema da Mesa "Viva Pagu em três atos, em palavras e imagens", na Flipzona, espaço dedicado aos jovens que acontece durante a FLIP Festa Literária Internacional de Paraty. A apresentação está marcada para o dia 6 de agosto, das 17 às 18 horas, com a palestra de Lúcia Maria Teixeira Furlani, autora de Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão, em parceria com Geraldo Galvão Ferraz, coedição da Imprensa Oficial do Estado e da Editora Unisanta. A obra, que será autografada por Lúcia após a mesa, na Livraria da Vila, montada em Paraty, traz em textos e belas imagens a rica trajetória da musa dos modernistas a partir de amplo material iconográfico e muitos documentos inéditos.
Lúcia Maria Teixeira Furlani é Mestre e Doutora em Psicologia da Educação, autora de Pagu Livre na imaginação, no Espaço e no Tempo, Croquis de Pagu, A Claridade da Noite e dos infantis Tudo É Possível e O Segredo da Longa Vida, entre outros. É presidente da Universidade Santa Cecília e presidente do Centro de Estudos Pagu Unisanta, em Santos.
Durante a mesa na Flipzona, além de falar sobre Patrícia Galvão, Lúcia vai apresentar um vídeo feito especialmente para esta participação na FLIP, mostrando imagens e documentos que fazem parte da exposição Viva Pagu que acontece na Casa das Rosas, em São Paulo até o dia 8 de agosto.
Alberto da Costa e Silva, autor do livro Quadrado Amarelo, da Imprensa Oficial, também participará da Flip dia 6 de agosto, às 12 horas. Será na Mesa 7 Além da Casa Grande, ao lado de Maria Lúcia Pallarres-Burke e Ângela Alonso, com mediação de Lilia Schwarcz.
Pagu e os jovens
Lúcia Maria Teixeira Furlani acha que Pagu tem a inquietação e o espírito de descobrir característicos dos jovens. "A vontade de ir fundo, as grandes paixões e as grandes angústias, a ousadia, o inconformismo foram marcantes nela e em sua obra até o fim de sua vida."
A autora acredita que a produção cultural de Pagu pode ser bem interessante para os jovens e cita seus primeiros textos, quadrinhos, croquis, a linguagem irônica e desafiadora. "Mesmo os romances Parque Industrial e A Famosa Revista ou seus textos jornalísticos que falavam de grandes pensadores trazem muitas informações para quem está disposto a aprender. A Patrícia Galvão da fase madura também pode ser fascinante com as peças curtas e a paixão pelo teatro". Lúcia cita, ainda, o livro Safra Macabra, de histórias policiais, gênero geralmente admirado pelos mais novos.
Lucia Maria reuniu documentos de e sobre Pagu durante mais de vinte anos. Na fase final do processo, nos últimos cinco anos, contou com a ajuda do jornalista Geraldo Galvão Ferraz, filho da escritora. O livro traz muitas fotos, mas também desenhos, cartas e textos. Todas as cartas são inéditas, além de fotos e vários textos como Microcosmo, que ela escreveu na prisão, em 1939, e duas peças teatrais inéditas: Parque Industrial, baseada no romance homônimo publicado em 1933 e "Fuga e Variações", escrita em 1952.
O público será incentivado a dialogar com Pagu e produzir textos e imagens , a partir da fala de Lúcia, ilustrada por vídeos e trechos de algumas obras de Pagu , como os Croquis ( 1929-1930) , o Álbum de Pagu (1929) , o caderno Micro-cosmo ( 1939 ) e a peça teatral Fuga e Variações (1954), sendo as duas últimas inéditas .
Lúcia explica que " o objetivo é tornar o jovem protagonista. Os questionamentos e sonhos de Pagu podem ser u meio de fazê-lo compreender as suas próprias inquietações e incentivá-lo a se expressar e desenvolver , em sua trajetória biográfica, por meio da arte , da cultura e da literatura, as promessas que trouxe consigo , ao vir a este mundo ".
Palavras , sons, imagens serão apresentados de forma a despertar a imaginação e a criatividade , por meio de debates e atividades mediadas pelas obras e a trajetória de Pagu . Dois vídeos , ambos baseados em livros escritos por Lúcia ,e produzidos pela Unisanta, complementam a apresentação. O primeiro vídeo , inédito , documenta ,em três atos , o livro Viva Pagu- Fotobiografia de Patrícia Galvão, de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz , segundo filho de Pagu. O segundo vídeo Pagu Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo, foi baseado no livro homônimo de Lúcia e dirigido por Rudá de Andrade, primeiro filho de Pagu.
Sobre a palestrante
Lúcia Maria Teixeira Furlani é Doutora e Mestre em Psicologia da Educação , escritora premiada e presidente da Universidade Santa Cecília ( Santos-SP ). É autora de Autoridade do Professor Meta, Mito ou Nada Disso, Fruto Proibido Um Olhar Sobre a Mulher, Pagu Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo, A Claridade da Noite, Croquis de Pagu e VIVA PAGU Fotobiografia de Patrícia Galvão, entre outros. Seus livros infantis Tudo é Possível Incrível Viagem no Tempo e O Segredo da Longa Vida (o primeiro infantil brasileiro traduzido para o japonês), adotados por escolas em todo País, disseminam o inovador projeto pedagógico Nossa Terra, Nossa Gente. Recebeu o Prêmio Jorge Amado, do 28º Festival Internacional de Cinema da Bahia, por sua obra (livro e filme) sobre Pagu, tema no qual é referência. Suas pesquisas sobre o Ensino Superior embasaram o atual Plano Nacional de Educação e incorporadas como metas a serem alcançadas pelo Brasil
Mais informações à Imprensa: Lu Fernandes Comunicação e Imprensa, com Leonardo Neto (Leonardo@lufernandes.com.br) ou Ivani Cardoso (ivanicardoso@lufernandes.com.br), pelo telefone 11 3814-4600.
http://www.pagu.com.br/blog/pagu-a-musa-do-modernismo-chega-a-flip-2/
Centenário de Pagu, Musa do Modernismo
10 AGOSTO 2010
Centenário de Pagu, a musa do modernismo
Neste ano de 2010, Patrícia Galvão (1910 1962) completaria 100 anos no último dia 9 de agosto. Figura importante do modernismo brasileiro, Pagu, como ficou imortalizada, está sendo lembrada em livros, exposições, palestras e debates. Escritora, jornalista, poetisa, desenhista, militante política, agitadora cultural, desmistificadora de assuntos intocáveis e mulher de teatro, Patrícia Galvão lutou com paixão em muitas trincheiras.
"Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão", de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz, coedição da Imprensa Oficial do Estado e da Editora Unisanta, retraça a rica trajetória da musa dos modernistas a partir de amplo material iconográfico e muitos documentos inéditos. O lançamento aconteceu na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). A autora comenta que Patrícia é personagem típica de um tempo de grandes paixões.
EVENTOS - Pagu está sendo lembrada em uma série de eventos na Casa das Rosas (Av. Paulista, 37), na capital. A professora Lúcia Maria Teixeira Furlani e atriz Miriam Freeland (que interpretou Pagu na minissérie "Um só Coração", de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira) fazem a leitura de cartas trocadas entre Pagu e personagens que revolucionaram o mundo das artes e da cultura no Brasil. Um um vídeo feito especialmente para participação na FLIP, mostra imagens e documentos que fazem parte da exposição Viva Pagu que acontece na Casa das Rosas.
Palavras, sons, imagens são apresentados de forma a despertar a imaginação e a criatividade, por meio de debates e atividades mediadas pelas obras e a trajetória de Pagu. Os vídeos, ambos baseados em livros escritos por Lúcia, e produzidos pela Unisanta, complementam a apresentação. O primeiro vídeo, inédito, documenta, em três atos, o livro " Viva Pagu- Fotobiografia de Patrícia Galvão ", de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz , segundo filho de Pagu. O segundo vídeo "Pagu Livre na Imaginação, no Espaço e no Tempo", foi baseado no livro homônimo de Lúcia e dirigido por Rudá de Andrade, primeiro filho de Pagu.
No dia 17 de agosto (terça-feira) na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a partir das 19h
no centenário Eterna Pagu, haverá uma conversa com o jornalista Geraldo Galvão Ferraz (filho de Pagu) e a escritora Lúcia Maria Teixeira Furlani sobre "Viva Pagu" - fotobiografia da autora do romance "Parque Industrial'.
MITO - Patrícia Galvão publicou poemas e ficções, escreveu sobre arte e política, pode ser lida em coletâneas que vêm sendo compiladas há décadas. O melhor da autora paulista, no entanto, não está em nenhum desses registros. Trata-se de um daqueles casos em que a vida da artista foi maior que a obra que ela deixou. Muito maior. País de poucas biografias aprofundadas e independentes, o Brasil é um dos únicos lugares em que um mito como ela sobrevive sem livros mais conclusivos sobre sua trajetória. Pagu, jovem de "olhos moles" e corpo "onduladinho e indolente", "dum veneninho gostoso/ que dói na boca da gente", conforme apelido e descrição de autoria de Raul Bopp, foi mais do que a musa do Modernismo, rótulo ao qual é frequentemente reduzida. Foi um exemplo de vida para gerações que mudaram a cultura do país.
Tida como modelo comportamental por afrontar o conservadorismo da sociedade, sobretudo nos efervescentes anos 1920, Pagu viveu e morreu pelas causas que adotou como suas - o comunismo, o teatro, a arte de caráter nacionalista. Presa e torturada no Brasil e depois na França ocupada durante a II Guerra, também inspirou grandes artistas modernos, muitos dos quais, nos anos seguintes, entrevistaria como jornalista. Seu centenário, completado em 9 de junho, motivou homenagens, principalmente em São Paulo, que incluem exposições e debates, todos documentados em um site especial (www.pagu.com.br).
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http://blogdogutemberg.blogspot.com/2010/08/centenario-de-pagu-musa-do-modernismo.html
Dica de Biografia.
[Dica de Biografia] Pagu 100 anos
Post 28 julho 2010
Tags: ativista comunista, biografia, mulheres revolucionárias, Pagu, Patrícia Galvão
28/07/2010
"Sonhe. Tenha até pesadelos se necessário for. Mas sonhe."
Patrícia Galvão
Patrícia Rehder Galvão nasceu no dia 9 de junho de 1910 em São João da Boa Vista, no estado de São Paulo.
O apelido Pagu é mais conhecido do que seu próprio nome. Foi heroína do modernismo brasileiro, escritora, jornalista, ativista comunista e definitivamente intensa. Foi amante do poeta Oswald de Andrade com quem chegou a ter um filho Rudá. Foi também a 1ª mulher a ser presa no Brasil por motivações políticas.
Pagu escreveu Parque Industrial, sob o pseudônimo Mara Lobo, considerado o primeiro romance proletário brasileiro, e A Famosa Revista, em colaboração com Geraldo Ferraz, além de contos policiais. Teve bastante representatividade também no cenário teatral ao traduzir autores como James Joyce.
A vida de Pagu também já foi contada no filmeEternamente Pagu , de 1987, primeiro longa dirigido por Norma Benguell, com Carla Camurati no papel-título, Antônio Fagundes como Oswald de Andrade e Esther Góes no papel de Tarsila do Amaral.
Pagu morreu na cidade de Santos/SP, em 12 de dezembro de 1962, em decorrência de um câncer.
"Ela documentou seu próprio cotidiano, marcado por uma busca constante. Esta fotobiografia recupera as oscilações de uma vida tumultuada, contraditória e destaca a intensidade com que ela abraçou as causas. Ainda é tudo muito atual, seus questionamentos, sua busca. O livro demonstra que sua vida valeu a pena."
Lúcia Maria Teixeira Furlani autora da fotobiografia
Detalhes da biografia:
Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão
Autor: FURLANI, LUCIA M. TEIXEIRA
Editora: IMESP e Unisanta
Assunto: BIOGRAFIAS, DIÁRIOS, MEMÓRIAS E CORRESPONDÊNCIAS
Para comprar, acesse:
Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão
Acesse também para ver toda a programação dos 100 anos de Pagu:
www.pagu.com.br
E o twitter: @100anosdepagu
E ainda: Wikipedia Pagu
Veja essa reportagem de Marina Person na exposição "Viva Pagu" na Casa das Rosas, em São Paulo. Em cartaz, até dia 08 de agosto.
Pagu em fotos e cartas
Pagu em fotos e cartas
Autora de dois livros sobre Patrícia Galvão, a escritora e educadora Maria Lúcia Texeira Furlani lança seu terceiro livro sobre Pagu na quinta-feira (19) na Unisanta.
Segundo ela, Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão é uma espécie de continuação dos dois primeiros e reúne uma série de fotos e documentos inéditos que retratam não só a vida da militante e artista, mas também da época política em que o Brasil vivia nos anos 50.
"Foi um período difícil e é possível comprovar através de várias cartas. Por ser muito ativa e crítica, Pagu buscava expressar seu descontentamento por intermédio da arte. Era uma forma de superar", diz Maria Lúcia.
Além do lançamento do livro, haverá também a inauguração da exposição Viva Pagu, que já foi visitada por mais de 7 mil pessoas na Casa das Rosas em São Paulo, e ficará até 26 de agosto.
A autora divulgou seu trabalho na Flipzona (evento da Festa Literária de Paraty) e esteve presente no tradicional almoço na residência do Príncipe do Brasil, D. João de Orleans.
Na terça-feira (17), às 19h, a autora conversará com leitores no Salão das Ideias na Bienal do Livro em São Paulo.
http://www.lufernandes.com.br/2010/sem-categoria/pagu-em-fotos-e-cartas-2/
Viva Pagu: Fotobiografia de Patrícia Galvão" o livro é lançado em Santos
"Viva Pagu: Fotobiografia de Patrícia Galvão" o livro é lançado em Santos
Fonte: Esteta - SP
"Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão", de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz, será lançada na próxima quinta (19), na Unisanta. A edição é da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Editora Unisanta. No dia também será inaugurada a exposição com o mesmo nome, reproduzindo fotos e documentos do livro. É a obra mais completa realizada até agora sobre a musa modernista.
Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Editora Unisanta
348 págs.
Escritora, jornalista, militante política e mulher de teatro, Patrícia Galvão (1910-1962) lutou com paixão em muitas trincheiras. "Viva Pagu Fotobiografia de Patrícia Galvão", de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz, coedição da Imprensa Oficial do Estado e da Editora Unisanta, retraça a rica trajetória da musa dos modernistas a partir de amplo material iconográfico e muitos documentos inéditos. O lançamento em Santos será dia 19 de agosto, a partir das 19 horas, no Edifício Leonilde e Sylvio Pirilo na Unisanta (Rua Cesário Mota, 8 Bloco E, 4º andar). "Viva Pagu" também é o nome da mostra que será inaugurada no mesmo dia no local. A renda obtida com a venda dos livros no lançamento será revertida para a Casa Vó Benedita, LAM Lar de Assistência ao Menor e Lar Santo Expedito.
Lucia Maria reuniu documentos de e sobre Pagu durante mais de vinte anos. Na fase final do processo, nos últimos cinco anos, contou com a ajuda do jornalista Geraldo Galvão Ferraz, filho da escritora. O livro traz muitas fotos, mas também desenhos, cartas e textos. Todas as cartas são inéditas, além de fotos e vários textos como "Microcosmo", que ela escreveu na prisão, em 1939, e duas peças teatrais inéditas: "Parque Industrial", baseada no romance homônimo publicado em 1933 e "Fuga e Variações", escrita em 1952.
A autora comenta que Patrícia é personagem típica de um tempo de grandes paixões: "Ela documentou seu próprio cotidiano, marcado por uma busca constante. Esta fotobiografia recupera as oscilações de uma vida tumultuada, contraditória e destaca a intensidade com que ela abraçou as causas. Ainda é tudo muito atual, seus questionamentos, sua busca. O livro demonstra que sua vida valeu a pena".
Na introdução, Geraldo Galvão Ferraz, filho de Patrícia e co-autor da obra, diz que trabalhar no livro foi, de certa maneira, um jeito de conhecer Pagu e reencontrar, quarenta e quatro anos depois, Patrícia/Pat/Pagu e, até mesmo, Zazá: "Infelizmente, não conheci Pagu. Eu a chamava de Mau, cognome certamente forjado no carinho das intimidades de mãe e filho. Minha mãe não gostava de ser chamada de Pagu. Era um nome que ficara no passado, quando ela vivia outra vida, buscava outros ideais, jogava-se apaixonadamente em defesa de outras bandeiras. Temos certeza de que quem for ver/ler este livro conhecerá uma Pagu da qual nunca se suspeitou. Afinal, nossa proposta não era roubar a alma de ninguém, mas fazer nossos eventuais leitores se aproximarem dela. Se conseguirmos isso, nosso objetivo estará realizado".
"Patrícia Galvão tem uma biografia extraordinária. Entregou-se de corpo e alma em várias frentes culturais e políticas, movida por ideais que continuam na ordem do dia, como a justiça social e a transformação do homem por meio da cultura", lembra Hubert Alquéres, diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
A vida de Pagu é apresentada em três blocos. O primeiro fala das origens da família e vai até os dezoito anos da biografada, quando conheceu o poeta modernista Raul Bopp, que a apresentou a Oswald de Andrade.
O segundo bloco começa com o início de sua relação com Oswald, com quem teve um filho, Rudá, em 1930, e vai até sua libertação, em 1940, muito debilitada depois de passar quatro anos e meio em vários presídios políticos, onde sofreu torturas. Primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, em 1931, Pagu, foi detida dezenas de vezes por sua militância comunista. Entre 1933 e 1935 visitou a China, o Japão, a União Soviética e passou uma temporada em Paris, onde também foi presa.
Durante a estadia em Moscou, desencantou-se com o comunismo, mas pouco depois de retornar ao Brasil, em 1935, foi presa em consequência do fracassado movimento comunista de 1935. Parte considerável da iconografia deste bloco é formada por reproduções facsimilares de cartas (principalmente as enviadas para Oswald, de quem se separou em 1935, e Rudá) e de informes e prontuários do Deops, mostrando que era vigiada de perto pelo governo de Getúlio Vargas.
Os últimos 22 anos de sua vida são apresentados no terceiro bloco, período no qual a militância política aos poucos deu espaço à militância cultural. Pagu casou-se com Geraldo Ferraz e ambos trabalharam em vários jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos cidade onde se fixaram em 1954. Ela manteve intensa atividade como cronista e crítica literária, além de se envolver cada vez mais com teatro, traduzindo, produzindo e dirigindo peças de autores praticamente ignorados no Brasil dos anos 1950, como Francisco Arrabal, Eugène Ionesco e Octavio Paz. Tornou-se uma das principais animadoras do teatro amador santista, origem de nomes como Plínio Marcos.
O volume traz ainda uma cronologia; uma bibliografia de obras de Patrícia Galvão; uma bibliografia sobre ela; um breve capítulo sobre o envolvimento de Pagu com a cidade de Santos, muito presente na vida dela na adolescência, na fase de militância política quando residiu na cidade e trabalhou como operária e nos últimos anos de vida.
Os autores
Lúcia Maria Teixeira Furlani é Mestre e Doutora em Psicologia da Educação, autora de "Pagu Livre na imaginação, no Espaço e no Tempo", "Croquis de Pagu" , " A Claridade da Noite " e dos infantis " Tudo É Possível " e "O Segredo da Longa Vida", entre outros. É presidente da Universidade Santa Cecília e presidente do Centro de Estudos Pagu Unisanta, em Santos.
Geraldo Galvão Ferraz é jornalista, crítico literário e tradutor. Trabalhou nas revistas "Veja", "Isto É", "Playboy", "Cult", e nos jornais "O Estado de S.Paulo" e "Jornal da Tarde", entre outros. É autor de "A empolgante história do romance policial", recebeu dois prêmios Jabuti e atualmente coordena o Centro de Estudos Pagu Unisanta.
Serviço
Exposição Viva Pagu
Abertura para convidados e lançamento do livro "Viva Pagu", dia 19/08, às 19h
Temporada: De 20 a 26 de agosto de 2010
Local: Universidade Santa Cecília (Rua Cesário Mota, 8 Bl E 4º andar Ed. Leonilde e Sílvio Pirilo)
Horário de visitação: das 9h às 21h.
Visitas monitoradas: agendamento pelo email vivapagu@unisanta.br; pelos telefone (13) 3202- 7180 ou 3202-7162 (grupos escolares)
Grátis
Mais informações pelo site www.pagu.com.br ou pelo twitter www.twitter.com/100anosdepagu
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