Outros projetos do Instituto
Outros projetos do Instituto Artefato Cultural
Foto de Patrícia Galvão atuando como jornalista (arquivo Lúcia Teixeira Furlani)
O instituto prepara o lançamento, para este ano, do livro De Pagu a Patrícia, resultado de cinco anos de pesquisa de Márcia Costa, que desenvolveu uma dissertação de mestrado sobre o tema. A obra será lançada no ano do centenário de Pagu e fala sobre a atuação cultural e jornalística de Patrícia Galvão na década de 50, em Santos. Durante o lançamento do livro será apresentada uma peça teatral sobre Pagu. Este projeto foi enquadrado no Artigo 18 da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.
Outro projeto do instituto enquadrado no Artigo 18 da Lei Rouanet é o "Dicionário sem Educação", uma obra literária com textos humorísticos e ilustrações caricatas que trata de forma satírica assuntos absolutamente sérios e importantes ligados à educação brasileira. A abordagem dos temas tem um tom de denúncia e ridicularização com o intuito declarado de chamar a atenção para nossas mazelas educacionais e provocar mudanças nessa área tão deficiente na sociedade brasileira. O autor é o semanticista Celso Ferrarezi, com ilustrações do caricaturista Douglas Souza, o Dodô.
O instituto busca aprovar também através da Lei Rouanet o Teatro Educativo Roberto Villani (TERV), que há 43 anos atende crianças a partir dos quatro anos de idade, provenientes de família de baixa renda, fornecendo noções de cidadania através do teatro. A temática das peças é voltada a princípios pedagógicos, e a apresentação delas é intercalada com aulas e palestras. Estima-se que o TERV já atendeu a cinco mil alunos durante sua existência. Iniciou suas atividades na Baixada Santista e foi transferido para Descalvado (interior de SP) há seis anos.
http://revistapausa.blogspot.com/2010/05/rota-literaria-passeio-poetico-pelo.html
Spyclists: how Hitler Youth's cycling tours caused panic in prewar Britain
- Owen Bowcott
- The Guardian, Monday 8 March 2010
- Article history
Brendan Behan
'Too drunken to be dangerous'
Trecho do livro Paixão Pagu,
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Mata Hari provinciana
Autobiografia revela a submissão
de Pagu ao Partido Comunista
Jerônimo Teixeira
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Uma aura heróica envolve a figura da escritora Patrícia Galvão (1910-1962). Os vanguardistas admiram a autora do romance experimental (e engajado) Parque Industrial. As temporadas como prisioneira política do governo Getúlio Vargas tornam Pagu, como ficou conhecida, um ícone de esquerda. E sua ousadia e independência lhe conferem um charme feminista. Mas Paixão Pagu (Agir; 160 páginas; 29,90 reais), um texto autobiográfico escrito em 1940 e só agora publicado, revela uma mulher submissa. Submetia-se aos caprichos do escritor Oswald de Andrade, com quem foi casada de 1930 a 1934. E submetia-se, sobretudo, aos ditames autoritários do Partido Comunista Brasileiro. Por ordem do partidão, até prestou favores sexuais a homens de quem esperava obter informações estratégicas.
O texto de Paixão Pagu é uma longa carta destinada ao escritor Geraldo Ferraz, segundo marido da autora (se não contarmos um primeiro casamento arranjado apenas para que ela deixasse a casa dos pais). No relato da ex-mulher, o modernista Oswald aparece sob uma luz ambígua: Pagu ao mesmo tempo admira e odeia sua brutal honestidade. Falastrão, o poeta antropófago gabava-se de suas escapadas sexuais. Pagu não se sentia confortável nesse casamento aberto. Chegou a ter nojo do marido: "A sua boca lembrava-me continuamente um sexo feminino que eu fosse obrigada a beijar".
A vida literária parecia entediar Pagu. Em visita a Buenos Aires, em 1930, conviveu com o famoso círculo da revista Sur, que incluía o escritor argentino Jorge Luis Borges, mas não saiu impressionada. "Borges quis se despir no meu quarto cinco minutos depois de me conhecer. Fazer lutinha comigo. Gente sórdida", relata. O episódio é estranho, considerando-se a notória dificuldade que Borges tinha com o sexo oposto. A verdadeira paixão de Pagu era a política. Comunista fervorosa, aceitou imposições absurdas: em 1932, afastou-se de Oswald e de Rudá, o filho pequeno, para levar uma vida proletária no Rio de Janeiro (vida familiar e amor materno constituíam um "desvio pequeno-burguês"). Mais tarde, a serviço de um órgão do PCB conhecido como Comitê Fantasma, ela se converteu numa "Mata Hari provinciana", em suas palavras. Tal como a famosa espiã, usou o sexo para obter informações. Conta ela sobre o homem a quem se entregou numa dessas missões: "Deixou-me como se deixa uma meretriz. Fiquei enrolada, tremendo de frio, nos restos do roupão".
O livro é um testemunho estarrecedor sobre a psicologia de uma militante comunista. Nada parecia capaz de abalar a fé cega que Pagu tinha no partido. A única nota de desilusão aparece na visita à União Soviética, em 1934. Na Praça Vermelha, em Moscou, uma menina famélica pede esmola a Pagu ela que imaginava não existirem crianças pobres no paraíso terreno de Stalin. Significativamente, é o último episódio narrado em Paixão Pagu.
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Visita à Santos, cidade do coração de Patricia Galvão.
Visita à Santos, cidade do coração de Patricia Galvão…
Com fotos da Cadeia Velha e Centro Cultural Pagu.
http://ciasansacroma.wordpress.com/2010/02/28/visita-a-santos-cidade-do-coracao-de-patricia-galvao/