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Rev. Bras. Hist. vol.30 no.59 São Paulo jun. 2010

Rev. Bras. Hist. vol.30 no.59 São Paulo jun. 2010

sábado, 12 de fevereiro de 2011
Sumário
Rev. Bras. Hist. vol.30 no.59 São Paulo jun. 2010
Apresentação



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Dossiê: História e historiadores



· Capistrano de Abreu, viajante
Gontijo, Rebeca

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· Fazer história, escrever a história: sobre as figurações do historiador no Brasil oitocentista
Oliveira, Maria da Glória de

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· O ofício do historiador e os índios: sobre uma querela no Império
Moreira, Vânia

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· A institucionalização dos estudos Africanos nos Estados Unidos: advento, consolidação e transformações
Ferreira, Roquinaldo

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· A teoria da história como hermenêutica da historiografia: uma interpretação de Do Império à República, de Sérgio Buarque de Holanda
Assis, Arthur

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· História do Brasil para o "belo sexo": apropriações do olhar estrangeiro para leitoras do século XIX
Jinzenji, M�?nica Yumi; Galvão, Ana Maria de Oliveira

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Artigos



· Um rei indesejado: notas sobre a trajetória política de D. Ant�?nio, Prior do Crato
Hermann, Jacqueline

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· Novos elementos para a história do Banco do Brasil (1808-1829): crónica de um fracasso anunciado
Cardoso, José Luís

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· A floresta mercantil: exploração madeireira na capitania de Ilhéus no século XVIII
Dias, Marcelo Henrique

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· Subsistemas de comércio costeiros e internalização de interesses na dissolução do Império Colonial português (Santos, 1788-1822)
Moura, Denise Aparecida Soares de

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· Modernizando a repressão: a Usaid e a polícia brasileira
Motta, Rodrigo Patto Sá

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Resenhas



· The case for books: past, present and future
Araújo, André de Melo

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· A experiência do tempo: conceitos e narrativas na formação nacional brasileira (1813-1845)
Caldas, Pedro Spinola Pereira

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· Os índios na história do Brasil
Garcia, Elisa Fr�?hauf

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Hitler e a Era da Comunicação

sábado, 5 de fevereiro de 2011
Gerhard Bartel, aos 4 anos de idade, em foto amplamente utilizada pela Propaganda Nazista













Falta informação no mundo da informação

Ao pesquisarmos no Youtube a expressão “14/88” encontraremos 4710 vídeos reelacionados. No Google o número sobe para assustadores 1.350.000 resultados. Mas o que isso tem a ver com informação? A famigerada “14/88” é uma ignominiosa referência ao nazismo e ao seu líder maior, Adolph Hitler. O número “14” é uma referência as 14 palavras da frase do neonazista David Lane: We must secure the existence of our people and a future for white children. 

Traduzindo: Nós devemos assegurar a existência de nosso povo e o futuro das crianças brancas. O “88”, significa “HH”, já que o H é a oitava letra do alfabeto, numa referência ao famoso “Heil Hitler”. Ou seja, a internet está repleta de pessoas desinformadas e, talvez por isso, ainda seduzidas pelas idéias do louco líder alemão que matou milhares de pessoas inocentes ou indefesas, em nome de um ideal de eugenia (limpeza étnica) e supremacia da raça ariana e alemã, sobre todos os povos. Mas a pergunta permanece: o que isso tem a ver com a informação? Simples, estamos rodeados de informações por todos os lados, porém dificilmente nos aprofundamos muito nelas. Assim, as idéias de um lunático morto há mais de 70 anos, ainda são propagadas como grandes ideais a serem seguidos. Afinal, se olharmos superficialmente, Hitler foi um grande líder. Herói da primeira guerra mundial, político de ascensão meteórica, gestor que transformou uma Alemanha, em ruínas, numa das maiores potências mundiais da época e líder de um povo desiludido que passou a acreditar em seu próprio país e em seu comandante. Naquela época, a propaganda de Paul Joseph Goebbels fazia de Hitler um herói e do Partido Nacional Socialista uma esperança de dias melhores para o país. As derrotas nas batalhas, durante a II Guerra Mundial, eram maquiadas como vitórias retumbantes e transmitidas pelos rádios, insuflando o espírito nacionalista e quase ufanista do povo alemão. Nos cinemas em Berlim, somente vitórias esmagadoras sobre ingleses, franceses e poloneses. Enfim, Hitler era um pop-star para o povo alemão de 70 anos atrás. Iniciou uma tática de controle da população através da mídia e foi seguido por diversos político-ditadores-midiáticos modernos, como Vargas, ACM e Sarney, só para citar alguns. Porém, quando os meios de comunicação em massa se limitavam a uma rádio controlada pelo governo, esse controle e essa adoração ao líder do III Reich eram compreensíveis. Mas hoje é indignante. Na era da informação, com milhares de relatos das atrocidades nazistas contra judeus, negros, homossexuais, ciganos e estrangeiros em geral, é inconcebível. O pior é saber que exemplos de preconceito contra negros, homossexuais, ciganos, brasileiros nordestinos (a SS não nos conhecia, graças a Deus) tornaram-se lugar comum na internet do país “mais tolerante do mundo”. Isso sem contar os casos de preconceito religioso, que levaram praticantes da umbanda e do candomblé a se declararem “espíritas” (neologismo criado por Allan Kardec para definir os seguidores da sua doutrina codificada) para fugir das hostilidades de católicos e evangélicos. É difícil entender isso hoje, quando a maioria esmagadora dos internautas nem era nascida quando ocorreu o suicídio do covarde líder alemão. Um triste retrocesso ao “pensar-se superior a alguém”. 

 Nos vídeos do Youtube aparecem comemorações ao centenário de vida (sic) de Hitler, discursos inflamados e aplaudidos do homem de bigode ridículo, marcha de milhares de soldados alemães representando a força nazista, entre outras imagens editadas. Alguns “produtores” dos vídeos defendem-se afirmando ser um trabalho acadêmico, e não um ato de apologia aos crimes do holocausto. Tirando alguns épicos, como “A Lista de Schindler” e “O menino do pijama listrado”, a grande maioria dos filmes de guerra preferem ressaltar o heroísmo dos soldados e não mostrar de forma contundente os crimes de guerras cometidos por ambas as partes. Nos canais de TV aberta documentários são raríssimos. Informação é raríssima. E assim vivemos eternamente de globorepórteres sobre a fauna, flora, alimentação, saúde ou a vida e morte de algum famoso. Creio não existir pessoas más, e sim, ignorantes. Acredito que se houvesse informação de qualidade, não teríamos tantos neo-nazistas e pessoas preconceituosas em nosso país. Mas como não estamos mais na era do rádio, e o Fürer foi covarde o suficiente para se matar antes de pagar pelas suas atrocidades, recomendo o vídeo-documentário “Auschwitz: os Nazistas e a Solução Final”, produzido brilhantemente pela BBC e Londres. É rapidinho, quase o tempo de um Big Brother Brasil. São quase 50 minutos de história que não deve ser esquecida, para não ser repetida. E você não precisa votar em ninguém. Hitler já foi eliminado.

Segue link do documentário com legendas em português:http://www.youtube.com/watch?v=OWuHkPfU7SY

http://portalliteral.terra.com.br/artigos/hitler-e-a-era-da-comunicacao
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Um homem (e um país) em formação

Um homem (e um país) em formação

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Um homem (e um país) em formação


Fonte: Jornal Diário do Nordeste

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Retrato a óleo de Capistrano de Abreu exposta no Instituto do Ceará. O cearense encontrou na pesquisa historiográfica seu ofício, ao qual se dedicou por mais de 40 anos
FOTO: MIGUEL PORTELA

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Ainda jovem, o cearense Capistrano de Abreu encontrou na História sua profissão, militância e sina. Dentre os historiadores da “Geração de 1870”, lançou-se sobre ele as expectativas de se ver escrita uma nova história do Brasil

26/12/2010

Em "Descobrimentos de Capistrano", o historiador carioca Daniel Mesquita se debruça sobre o pensamento do célebre Capistrano de Abreu, cearense que inaugurou métodos inovadores para a historiografia e as interpretações da construção do PaísO menino que aprendeu cantigas africanas com os escravos do sítio Columijuba, em Maranguape, ambientou-se nos costumes próprios da Casa Grande, estimulados pelo avô, Honório de Abreu. A míope e desasseada criança não tinha más notas na escola, mas não se interessava de todo pelo estudo regular. Era um leitor compulsivo, mas de outros livros. Segundo Rodolfo Teófilo, que com ele estudou no Colégio Ateneu Cearense, o menino carregava os livros aonde fosse, mesmo nas recreações promovidas mensalmente pela escola no Morro do Coroatá.

No Seminário Episcopal de Fortaleza, a instituição chegou a aconselhar o pai do garoto a levá-lo de volta para o sítio e lá dar conta de consertar sua preguiça e vadiação. Por não se enquadrar ao ensino formal, não conseguiu ser aceito na faculdade de Direito, decidindo se mudar para o Rio de Janeiro. E finalmente lá, o garoto leitor que se tornou homem feito, encontrou-se com a História e se deixou encontrar por ela, sendo mais tarde reconhecido por sua generosa contribuição ao estudo do tempo passado e ao registro da nacionalidade brasileira: o desajeitado e cegueta cearense Capistrano de Abreu.

De posse de todos os livros que quisesse, tendo passado em um concurso público para trabalhar na Biblioteca Nacional, Capistrano abraçou um tal desejo: escrever a História do Brasil, superando os muros do tradicional historiador Adolfo de Varnhagen, à época, o mais conhecido e respeitado estudioso do tema.

Colônia

Mas se Capistrano tinha mesmo essa ânsia por abarcar uma totalidade da história brasileira, porque acabou escrevendo uma história modesta, resumida em "Capítulos de História Colonial"? A ousada pergunta compõe o conjunto de questionamentos propostos pela pesquisa de doutorado do historiador Daniel Mesquita, da PUC-Rio, autor da obra "Descobrimentos de Capistrano: a História do Brasil ´a grandes traços e largas malhas´", lançado este mês pela editora Apicuri. No livro, o autor explora um Brasil e um Capistrano em latência. Objeto e pesquisador em constante transformação. Daniel contextualiza um Capistrano de Abreu testemunha de eventos cruciais para a formação nacional como a proclamação da República e a abolição da escravidão, um pesquisador que contribuiu ativamente não apenas para o registro desse País em transformação, mas para a constituição de um novo campo de saber.

Para tanto, o autor carioca faz uso de densa documentação, analisando não apenas as obras de Capistrano, mas teóricos, biógrafos e cartas enviadas pelo cearense a contemporâneos. A partir do material reunido, Daniel divide o livro em duas etapas: a elaboração de uma noção de Brasil e brasilidade por Capistrano e a formação do historiador e da historiografia como ciência.

Encontrados no Instituto Histórico e Arqueológico do Ceará, "recortes de jornais colados em papéis de punho do historiador cearense", como o próprio Daniel descreve, deram-lhe a oportunidade de perceber Capistrano dialogando consigo mesmo. É nesse sentido que o pesquisador carioca inova: por buscar a essência de um Capistrano em formação, que substituía palavras nos originais dos próprios livros, evocando significados mais aproximados do que realmente procurava dizer. Trocara, por exemplo, "unidade brasileira" por "nacionalidade brasileira", ressaltando sua intenção de traduzir o que chamou de "história íntima".

Em resumo, o pesquisador carioca declara que as ambições de Capistrano se confundem com as de todo um povo, que mesmo sem perceber ou declarar, também ansiava pelo registro de sua trajetória, pela identificação dos personagens anônimos que o precedera. "O desejo de decifrar o sentido da experiência vivida pelos homens e de oferecer à nação uma narrativa de sua gênese, dá-nos testemunho daquilo que Capistrano considerava como o sentido de realização de sua própria vida", afirma Daniel.

História do Brasil

Descobrimentos de Capistrano Daniel Mesquita

Apicuri
2010
263 páginas
R$ 48


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o Brasil mestiço

o Brasil mestiço

o Brasil mestiço


Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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O pesquisador Daniel Mesquita buscou nos diálogos com os antecessores de Capistrano de Abreu, em suas cartas e livros, compreender as questões que preocupavam o historiador cearense

26/12/2010

Doutor em História pela Puc-Rio e professor do Departamento de Comunicação Social na mesma universidade, Daniel Mesquita dedicou sua tese de doutorado à compreensão dos motivos pelos quais o cearense Capistrano
de Abreu desejou escrever uma história do Brasil e dos brasileiros. Em entrevista ao Caderno 3, o pesquisador comenta sobre particularidades de Capistrano e analisa as contribuições do historiador para a atualidadeO título do livro é "Descobrimentos de Capistrano: a História do Brasil a ´grandes traços e largas malhas´". Por que esta citação para definir a História do Brasil de Capistrano?

A expressão é do próprio Capistrano. Ela tem relação com sua mudança de planos sobre a escrita de uma História do Brasil. A princípio pensou em fazer uma História "seguida e completa", mas depois acabou escrevendo o livro, hoje clássico, "Capítulos de História Colonial". Capistrano não avançou pelo século XIX, limitou-se ao período colonial. Diria que os grandes traços têm relação com os temas dos capítulos e as largas malhas são relativas ao povoamento do País, sobretudo do sertão.

Na pesquisa, você teve contato não apenas com as obras do autor, mas com as cartas que ele dirigiu a seus contemporâneos. Qual a contribuição desta correspondência para compreender a construção do Capistrano historiador?

A correspondência foi fundamental por fornecer pistas de sua investigação histórica. Estão lá seus interesses, seus interlocutores. Meu interesse nas cartas foi sobretudo com relação a seus projetos intelectuais. Capistrano escreveu muitas cartas, são três volumes. Então foi preciso selecionar algumas prioridades. Diria que as correspondências com o Barão do Rio Branco e com o português Lino Assunção foram muito importantes para perceber como Capistrano ia construindo, para si mesmo, um projeto intelectual de escrever uma história do Brasil. Na verdade, a leitura dos textos e livros e das cartas são complementares.

No livro, você ressalta que Capistrano testemunhou eventos cruciais da nossa história, como a proclamação da República e a abolição da escravidão. Pode-se dizer que a vivência de tais momentos motivaram o autor ao estudo da história? Ele foi capaz de produzir uma leitura dos acontecimentos de seu tempo?

A inclinação de Capistrano para a investigação histórica pode ter relação com um contexto de mudanças pelas quais passava o País. É comum à sua geração intelectual (conhecida como geração de 1870) a vivência de um momento de crise do Império e da escravidão. Foi um momento em que muito se debatia o futuro do País e a necessidade de modernização, que atingia inclusive o campo das ideias, com a questão das ciências. Esse debate, evidente, haveria de ter impacto sobre a discussão acerca da formação da nacionalidade, uma vez que era o futuro mesmo da coletividade que se debatia: "O que queremos ser? Quem fomos até então?".

O historiador tinha certa obsessão em superar o teórico Adolfo de Varnhagen, outro dos interpretes da história brasileira. Fale-nos deste sentimento: como esse desejo de sobrepor Varnhagen contribuiu para a produção de Capistrano?

Em boa medida, Capistrano construiu sua concepção da história do Brasil a partir de um diálogo tenso com seu ilustre antecessor. Na verdade, diria mesmo que ele lutou para construir uma leitura alternativa à de Varnhagen. Para Varnhagen, a história do Brasil seria resultante da ação civilizadora da Casa de Bragança. Capistrano tende a deslocar esta ação para personagens por vezes anônimos. Seus "heróis" são conquistadores, mineiros, vaqueiros, pretos forros, índios, jesuítas que iam povoando o interior do território, formando a corrente interior, mais densa e volumosa do que o "tênue fio litorâneo", como fala Capistrano. A busca do historiador é pela pátria interior, no sentido geográfico e do sentimento de nação que ia se formando.

Além de Varnhagen, que outros autores inspiraram a obra de Capistrano de Abreu?

Varnhagen é importante para Capistrano porque, com frequência, este partia de seu antecessor. Ao mesmo tempo, começava a marcar sua diferença, elegendo o tema do povoamento, o tema do sertão, a construção do sentimento de nação. De alguma forma, acho que a admiração que Capistrano tinha por seu conterrâneo José de Alencar também tem relação com suas preocupações. Diria que a questão indígena, por exemplo, que aparece com força em Capistrano, pode ter sido inspirada pelo indianismo de Alencar. Já a forte preocupação com o território o aproxima do Barão do Rio Branco.

Como propõe em sua pesquisa, Capistrano de Abreu não penas fez evoluir as perspectivas em torno da história do Brasil, mas também os métodos historiográficos. Os modos de pesquisa desenvolvidos por ele e seu rigor podem ser considerados inovações para a disciplina?

Sim, Capistrano ficou conhecido por ter sido quem mais (e melhor) utilizou o método crítico. Uma ferramenta indispensável para o historiador moderno e que foi empregada com maestria pelo cearense. Ele chamava atenção de seus contemporâneos para a necessidade de citar as fontes, fazer o exame crítico da documentação. Chegou a repreender seu amigo Guilherme Studart por não se preocupar com a crítica, que a partir de Ranke mudava a fisionomia da História. As dimensões do pesquisador e do narrador deveriam estar juntas no mesmo espírito, para que houvesse uma historiografia digna deste nome.

Capistrano é reconhecido por sua tentativa de ler o Brasil como nação, de identificar como se constituiria o "sentimento nacional". Afinal, qual o Brasil de Capistrano de Abreu? Que nação é a nossa, segundo suas interpretações da história?

Sem dúvida uma nação mestiça. Capistrano, na verdade, identifica vários brasis. A diversidade de modos de vida têm relação com a diversidade do próprio território e das diferentes modalidades de ocupação/ atividade econômica e interação entre portugueses, índios e negros. Esta diversidade aparece em algum momento dos Capítulos com a expressão "cinco grupos etnográficos", gestados durante a história colonial. Eles são unidos pela língua e pela religião comum. A questão de Capistrano, na verdade sua dúvida, é o quanto essas diferentes realidades formam, de fato, uma nação. Para ele, superou-se o "sentimento de inferioridade" em relação à metrópole (Portugal). Mas parece que ele nutre uma dúvida sobre a força desse sentimento em relação, por exemplo, à França, Inglaterra ou Estados Unidos. "O Brasil está em evolução ou dissolução?", perguntava-se, por vezes em sua correspondência. No Brasil, disse certa vez, "produzimos para sobremesa". Qual o lugar do Brasil no concerto das nações?

No tempo presente, em que historiadores investem na formação acadêmica e o reconhecimento da atividade como, de fato, uma profissão, o pensamento de Capistrano de Abreu ainda é revisitado? Pode-se considerar que a valorização do ofício de historiador era uma luta do intelectual cearense?

Acho que sim. Numa época em que não havia sequer curso de história, Capistrano procurou, em todos os seus escritos, divulgar para seus contemporâneos, uma certa imagem do ofício de historiador. Ele mobilizou o método crítico e a história como campo do conhecimento em polêmicas publicadas na imprensa. A sua confiança na história como meio de acesso à discussão sobre a nacionalidade é algo notável, não apenas em seus livros e artigos, mas também em sua correspondência. Se não teve propriamente um engajamento político, fez de seu próprio trabalho a sua militância, pela disciplina predileta. Praticou com dedicação exemplar o ofício do historiador. E com isso passou a ser reconhecido pelos contemporâneos que, inclusive, o pressionavam para escrever uma história do Brasil.

Para Capistrano de Abreu, a escrita da História possibilitaria a formação de uma consciência nacional. Este era um dos motivos da exigência do rigor teórico e metodológico. Pensando nisto, o que você teria a dizer sobre as inúmeras ficções e biografias brasileiras baseadas em estudos históricos? Elas auxiliam a formação de uma consciência nacional ou, por vezes, desvirtuam a concepção de nossa história?

Creio que as contribuições de diversos campos são importantes, embora seja fundamental saber diferenciá-las. O historiador não tem o monopólio sobre a história. E isso não é ruim. O que pode ser problemática é a ideia de que a história escrita pelos historiadores é tradicional, que o bom é ver documentários, ler livros escritos por não historiadores porque são mais interessantes e não tem linguagem acadêmica. Acho que esse preconceito existe. Na verdade, qualquer livro de história sério, escrito por historiador ou não, pode auxiliar na construção de um pensamento sobre a História do Brasil.

Daniel Mesquita é historiador e professor da PUC-RJ.


MAYARA DE ARAÚJO
ESPECIAL PARA O CADERNO 3
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A formação do Brasil

A formação do Brasil

A formação do Brasil


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Os índios (aqui retratados pelo pintor holandês Albert Eckhout, 1610 - 1666) foram valorizados na interpretação de Capistrano de Abreu para o processo de formação do Brasil.

26/12/2010

A historiadora Ítala Byanca Morais escreve sobre os escritos da maturidade do historiador cearense Capistrano de AbreuEm 2010, completaram 80 anos da publicação da 1ª edição do livro "Caminhos Antigos e Povoamento do Brasil", do historiador cearense Capistrano de Abreu (1853-1927), uma obra póstuma publicada pela Sociedade Capistrano de Abreu. Tal comemoração me permite tecer algumas considerações sobre os escritos do autor.

A obra é composta por dez ensaios, produzidos entre 1887 e 1924, cuja temática tornou-se representativa da produção historiográfica de Capistrano de Abreu: a introdução dos sertões na escrita da história do Brasil.

A publicação recebeu o mesmo título do artigo mais denso do livro, composto por uma série de ensaios publicados no Jornal do Comércio, em 1899, e na revista América Brasileira, em 1924. A motivação principal do artigo homônimo foi apresentar a formação do território brasileiro, não apenas de suas fronteiras geopolíticas, mas, sobretudo, a formação do povo brasileiro e dos sertões. Combinação de elementos alienígenas (portugueses e negros) e nativos (indígenas e geografia), o povo brasileiro foi visto por Capistrano de Abreu como um verdadeiro caleidoscópio. Através dos caminhos das drogas do sertão, do apresamento dos indígenas, do gado, da mineração, ter-se-iam formado os sertões brasileiros que entre si divergiam e opunham-se ao Brasil português do litoral. A interpretação é significativa para a história do pensamento social e da historiografia brasileira por vários aspectos, mas dois ressaltam-se.

O primeiro pela percepção do autor de que a história do Brasil e de seu povo já constituía um capítulo à parte da história de Portugal, e inclusive, em certas dimensões, por completo independente. Daí a relevância do Brasil dos sertões. O segundo pela leitura de um Brasil heterogêneo e fragmentado devido às particularidades geográficas. Contudo, tal leitura despertava inquietude no historiador. Pois essa heterogeneidade manifestava-se também na vida política da nação.

Capistrano de Abreu e os intelectuais de sua geração acompanharam inúmeras transformações na política nacional, inclusive como elementos ativos nesses processos. As transições da mão-de-obra escrava para o trabalho livre e da Monarquia para a República foram as mais significativas. Aliados a esses processos, a vulgarização das leituras cientificistas e deterministas no Brasil, antes de trazerem soluções conceituais a esses letrados, aumentava suas incertezas quanto ao futuro do Brasil. Pois, sugeriam a impossibilidade da civilização desenvolver-se nos trópicos aos moldes europeus. Seriamos de fato uma nação? O que definia o Brasil e o brasileiro? Como perceber o Brasil em sua unidade se o seu território ainda era um mistério para o próprio Estado brasileiro? Esses eram os principais questionamentos. Em síntese, como indagou Capistrano em carta ao Barão de Studart, colocando em dúvida seu próprio ofício, "Punge-me sempre e sempre a dúvida: o brasileiro é povo em formação ou em dissolução? Vale a pena ocupar-se de um povo dissoluto?"

Relações de poder

O fato é que Capistrano de Abreu ocupou-se do povo brasileiro e de sua formação étnica em todos os seus trabalhos, buscando no passado colonial as estruturas da sociedade brasileira que o ajudariam a dar inteligibilidade ao presente no qual vivia. As relações de poder orientadas pelo compadrio, a sociedade patriarcal, as ingerências entre o público e o privado, a ausência de sentimento de unidade entre os brasileiros são alguns aspectos dessa estrutura evidenciados pelo autor. E, segundo ele, que ainda estariam fulgentes nos sertões do Brasil no início do século XX. Será que eles ainda estão presentes no Brasil do início do século XXI? E apenas nos sertões?

A obra de Capistrano de Abreu destaca-se também por suas qualidades historiográficas, apreciação praticamente consensual entre especialistas. As críticas dirigidas ao seu trabalho concentram-se no fato dele não ter escrito uma grande história do Brasil e alguns o acusam de falta de unidade teórica. Mas ao nosso olhar aí estão as suas contribuições à escrita da história do Brasil. Podemos observar em sua obra o amadurecimento da sua operação historiográfica. Se no início a teoria determinava as suas interpretações, nos trabalhos mais maduros do historiador as fontes e a epistemologia da História ganham relevo.

Capistrano de Abreu estava plenamente consciente da natureza singular-coletiva da narrativa historiográfica e da tarefa do historiador proposta por Wilhelm von Humboldt (1821) na qual os fatos somente ganham significação quando interpretados pelo historiador e conectados uns aos outros oferecessem inteligibilidade aos processos históricos. O apontamento mais factual e cronológico de Capistrano está imerso nesta perspectiva historicista. Afinal, para o autor, o estudo cronológico do descobrimento do Brasil perdia sentido diante da proposta de um estudo sociológico sobre a nossa formação cultural. Bem como a escrita de uma obra volumosa sobre o Brasil poderia contribuir muito menos do que um ensaio conciso e com uma problemática bem definida como foram os Capítulos de História Colonial. Por tais aspectos, os Capítulos e vários ensaios do autor nos quais sua operação historiográfica encontra-se minuciosamente descrita, poderiam muito bem compartilhar o lugar que a Apologia da história do historiador francês Marc Bloch ocupa na formação de nossos historiadores. Esperamos que o crescimento dos estudos sobre a escrita da história, como uma área de estudos específica, contribua para que a leitura de vários autores nacionais migre das disciplinas de história do Brasil e do Ceará para as disciplinas de teoria e metodologia da história em nossas universidades.

Historiadora e técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)



ÍTALA BYANCA MORAIS*
ESPECIAL PARA O CADERNO 3
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Um balanço da historiografia da Educação no Brasil

Um balanço da historiografia da Educação no Brasil

domingo, 23 de janeiro de 2011

UM BALANÇO DA HISTORIOGRAFIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL


Wilson Lemos Júnior *


A historiografia da educação no Brasil passou por diferentes tendências na história. Este ensaio traz por objetivo apontar essas tendências na historiografia da educação em alguns dos produtores de história da educação no Brasil, tais como: Afrânio Peixoto com a obra Noções de História da Educação, no ano de 1933; Fernando de Azevedo com A cultura Brasileira, na década de 40; Jorge Nagle com Educação e Sociedade na Primeira República, no ano de 1966; Carlos Roberto Jamil Cury na Ideologia e Educação Brasileira: católicos e liberais, em 1978; Marta Maria Chagas de Carvalho, com a obra Molde Nacional e Fôrma Cívica: higiene, moral e trabalho no projeto da Associação Brasileira de Educação (1924 – 1931), dissertação defendida em 1986 e publicada em 1997; além de apontar algumas tendências na historiografia recente, analisado no âmbito da Anped e da Sociedade Brasileira de História da Educação.A obra de Afrânio Peixoto: Noções de História da Educação apresenta uma preocupação em retirar do passado, lições para o presente. Esta forma de produzir história perdurou por algum tempo. A preocupação com a história antiga, medieval e moderna apresenta exemplos a serem seguidos ou não na educação brasileira. Apenas no final da obra aparecem alguns pontos da história da educação brasileira, com ênfase na educação jesuítica. Afrânio Peixoto assume um modelo de narrar história da educação, baseado na divisão clássica da história: História Antiga, História Medieval e História Moderna. O autor produz sua obra voltada para uma clientela bem específica: alunos da escola normal, onde a disciplina de história da educação nasce como função de formar professores para o primário, com isso a obra de Peixoto não tem apenas uma função histórica, mas tem também uma função educativa.

A obra de Fernando de Azevedo, também ressalta uma história feita para o presente, no entanto, alguns pontos a distinguem daquela produzida por Afrânio Peixoto. Fernando de Azevedo produziu uma história permeada pelos campos da sociologia de Durkheim e da antropologia, privilegiando a relação da educação aos projetos sociais. Isso difere Azevedo da obra de Afrânio Peixoto que produzia uma história pela via das idéias. Fernando de Azevedo busca como divisão histórica, os marcos da história política e do Estado. Na produção de Azevedo nota-se uma ênfase fundamental no período Republicano, especialmente na era Vargas. No trato as fontes, nota-se que tanto na obra de Azevedo, assim como na de Afrânio Peixoto, não há a preocupação em apresentar fontes originais, produzem suas obras em cima de documentos já catalogados e obras sobre história brasileira.

Em 1966, Jorge Nagle produziu a obra: Educação e Sociedade na Primeira República, que conforme aponta Tanuri, encontra-se no período anterior a implantação da pós-graduação em educação no Brasil. Jorge Nagle, ao contrário da historiografia produzida por Fernando de Azevedo e Afrânio Peixoto trabalhou com uma grande quantidade de fontes, uma sólida base documental, na tradição do Instituto Histórico – Geográfico. Nagle faz a interlocução com a história, mas mostrava-se um homem de grande erudição já que também circulava pela literatura, política, economia, assim como pela sociologia. Por outro lado, Nagle apresenta a preocupação azevediana com a atuação do Estado, onde a história da educação é a história das legislações oficiais. De certa forma, o texto de Nagle é importante, pois além de sintetizar as tendências da historiografia anterior de Fernando de Azevedo, aponta para o futuro marxista da historiografia brasileira.

A obra Ideologia e Educação brasileira de Jamil Cury pode ser uma representante da historiografia marxista dos anos setenta. Cury propõem preocupações com as classes sociais (dominantes e dominados) e aponta o Estado como representante das classes dominantes. Fazendo a interlocução com a sociologia, o autor apresenta a ideologia de dois grupos que lutam pelo poder na ABE (Associação Brasileira de Educação) no início da década de 1930: católicos e liberais. O recorte temporal mostra a preferência das pesquisas da década de setenta pelo período da Revolução de 30. Como conclusão o autor aponta para os dois grupos representando facções diferentes das classes dominantes. A ação da história da educação aparece como forma de analisar a ação do capital dentro do âmbito nacional. Jamil Cury torna-se um grande representante da historiografia brasileira dos anos 70, produzindo uma obra de caráter marxista e permeada pelo viés da sociologia.

Marta Maria Chagas de Carvalho produziu uma nova forma de proceder dentro das pesquisas históricas em educação, pois além do trabalho exaustivo com fontes diferentes em sua tipologia, volta a fazer interlocução com a história, apontando uma tendência para a nova história cultural (terceira geração de annales), especialmente a de Roger Chartier na sua noção de representação. Carvalho analisa o trabalho na Associação Brasileira de Educação entre 1924 a 1931, e, para isso faz um grande exercício historiográfico, estudando e dialogando com os conhecimentos históricos anteriores ou da sua própria geração, imprimindo em seu trabalho, desta forma, uma crítica historiográfica. A obra de Carvalho assume um importante papel na historiografia da educação brasileira, já que está intimamente ligada com a nova tendência acadêmica da área: a história cultural. Esta expansão da história cultural trouxe um aumento significativo na tipologia das fontes catalogadas, na qual são contemplados não só documentos oficiais e legislação, mas revistas, fotografias, iconografia, plantas arquitetônicas, materiais escolar, fontes orais (resgate de memória), além de literatura e imprensa pedagógica.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Fernando. A cultura brasileira: introdução ao estudo da cultura brasileira. 4.ed. Brasília: UNB, 1963.

BASTOS, M. H; BENCOSTTA, M. L. A; CUNHA, M.T.S. Uma cartografia da pesquisa em História da Educação na Região Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (1980 – 2000). (prelo)

BONTEMPI, Bruno. História da Educação: o terreno do consenso. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Memória intelectual da educação brasileira. Bragança Paulista: EDUSF, 1999.

BRANDÃO, Zaia. A intelligentsia educacional um percurso com Paschoal Lemme: por entre as memórias e as histórias da escola nova no Brasil. Bragança Paulista: EDUSF, 1999, p.07-54.

BURMESTER, Ana Maria. A (des)construção do discurso histórico: a historiografia brasileira dos anos setenta. 2.ed. Curitiba: Aos quatro ventos, 1998.

CARVALHO, Marta Maria Chagas de. Molde Nacional e fôrma cívica: higiene, moral e trabalho no projeto da Associação Brasileira de Educação (1924 – 1931). Bragança Paulista: EDUSF, 1998.

________. A configuração da historiografia educacional brasileira. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998.

________. O novo, o velho, o perigoso: relendo a cultura brasileira. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, Fundação Carlos Chagas, n.71, p.23-35, nov., 1989.

CATANI, D; FARIA FILHO, L. M. Um lugar de produção e a produção de um lugar: a história e a historiografia divulgadas no GT de História da Educação da ANPED (1985 – 2000). Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n.19, p.113 – 128, jan. /abr. 2002.

CURY, Jamil. Ideologia e educação brasileira: católicos e liberais. São Paulo Cortez: 1978.

GONDRA, José. Dos arquivos à escrita da história: educação brasileira entre o império e a república no século XIX. Bragança Paulista: USF, 2001, p.5-72.

NAGLE, Jorge. Educação e sociedade na primeira república. São Paulo: EPU, 1974.

NUNES, C. Ensino e historiografia da educação: problematização de uma hipótese. Revista brasileira de educação, n.1, p.67-79, 1996.

PEIXOTO, Afrânio. Noções de História da Educação. Rio de Janeiro: Companhia Edi8tora Nacional, 1933.

TANURI, L. M. A historiografia da educação brasileira: uma contribuição para o seu estudo na década anterior à instalação dos cursos de pós-graduação. In: MONARCA, C. História da Educação Brasileira: formação do campo. Ijuí: Uniluí, 1999.

XAVIER, Libânea Nacif. Particularidades de um Campo Disciplinar em consolidação: balanço do I Congresso Brasileiro de História da Educação (RJ/2000).


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Wilson Lemos Júnior *


Wilson Lemos Junior ou Junior Lemos é músico e arte-educador. Atualmente é professor de Artes e Música do instituto Federal Catarinense - campus Araquari. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná na linha de pesquisa de História e Historiografia da Educação.
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