Modernismo - Parque Industrial
sábado, 4 de dezembro de 2010
[...]
Na grande penitenciária social os teares se elevam e marcham esgoelando. Bruna está com sono. Estivera num baile até tarde. Pára e aperta com raiva os olhos ardentes. Abre a boca cariada, boceja. Os cabelos toscos estão polvilhados de seda.
- Puxa! Que este domingo não durou… Os ricos podem dormir à vontade.
- Bruna! Você se machuca. Olha as tranças!
É o seu companheiro de perto.
O chefe da oficina se aproxima, vagaroso, carrancudo.
- Eu já falei que não quero prosa aqui!
- Ela podia se machucar...
- Malandros! É por isso que o trabalho não rende! Sua vagabunda!
Bruna desperta. O moço abaixa a cabeça revoltada. É preciso calar a boca! Assim, em todos os setores proletários, todos os dias, todas as semanas, todos os anos.
Nos salões dos ricos, os poetas lacaios declamam:
Como é lindo o teu tear!
[...]
Novamente as ruas se tingem de cores proletárias. É a saída da fábrica. O apito escapa da chaminé gigante, libertando uma humanidade inteira que se escoa para as ruas da miséria. Um pedaço da fábrica regressa ao cortiço.
Patrícia Galvão (Pagú)
O que li
Diz o velho provérbio popular que "para um bom entendedor, poucas palavras bastam". E como bastam! Ainda mais quando ditas com sabedoria, conhecimento de causa e com a eficiência de quem sabe verbalizar de forma sucinta situações recheadas de particularidades, a exemplo de uma das principais mazelas sociais sempre presente nas organizações humanas: a exploração da maioria pobre e mais fraca pela minoria rica e mais poderosa, tema este exposto no livro "Parque Industrial", da escritora, poetisa, desenhista e ativista cultural e política Patrícia Galvão (a Pagú - nome de destaque da chamada "Segunda Geração Modernista" brasileira), do qual reproduzimos um pequeno "grande" trecho; pequeno no tamanho, mas gigante na mensagem que consegue passar ao leitor.
Considerado uma jóia da literatura brasileira do século XX, "Parque Industrial" foi escrito em 1932 e publicado pela primeira vez em 1933, numa edição de tiragem e divulgação pequenas financiada pelo escritor Oswald de Andrade. Primeiro romance proletário brasileiro, o livro mostra a realidade vivida pelos excluídos da sociedade paulistana, vítimas de uma desigualdade social que (tal como acontece nos dias atuais) massacrava e humilhava as camadas populares e privilegiava uns poucos detentores do poder político e econômico.
Por ser um romance de caráter extremamente político-social, e em razão de atrito com o Partido Comunista, ao qual era filiada e no qual enfrentava restrições devido à sua origem pequeno-burguesa, a autora foi impedida de assinar o livro com o seu nome verdadeiro, valendo-se, para isso, do pseudônimo "Mara Lobo", fato que não tirou o brilho da iniciativa.
Apresentada a obra, falemos mais sobre a autora Patrícia Galvão, nome também pouco falado nos livros didáticos e nas aulas de Literatura Brasileira em todo o país, mas de grande movimentação e produção, tanto nos meios literário e cultural quanto na vida política brasileira.
Nascida em 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista /SP, Patrícia Rehder Galvão tinha apenas 12 anos quando, sob o comando dos escritores Oswald e Mário de Andrade, o Teatro Municipal de São Paulo entrou para a história como sede de um movimento artístico-literário que marcou uma mudança radical na forma de produzir arte e literatura no País: a Semana de Arte Moderna realizada em fevereiro de 1922 - marco inicial do Modernismo brasileiro. Seis anos depois (em 1928), então com 18 anos de idade, a jovem poetisa recebeu do escritor Raul Bopp o apelido de "Pagú" e foi por ele introduzida no salão da Alameda Barão de Piracicaba, nas reuniões oferecidas pelo escritor e poeta Oswald de Andrade e pela artista plástica Tarsila do Amaral - "o casal mais admirado e requisitado da sociedade paulistana".
Sob a influência do casal, de quem se tornou grande e inseparável amiga, Pagú participou ativamente do movimento antropofágico liderado por Oswald e marcado pelo radicalismo dos princípios da primeira fase do Modernismo brasileiro de rompimento com o passado e com toda e qualquer regra academicista na produção literária. Dois anos depois (em 1930), casou-se com Oswald (sem perder a amizade de Tarsila) e da relação nasceu o filho Rudá de Andrade. No ano seguinte (1931), filiou-se ao Partido Comunista; editou, junto com Oswald de Andrade, o jornal "O Homem do Povo" (onde assinou a coluna feminista "A Mulher do Povo"), e acabou sendo presa pela primeira durante participação em comício do partido e dos estivadores, em Santos.
Em 1933 Patrícia Galvão publicou o seu primeiro romance ("Parque Industrial"), sob o pseudônimo de Mara Lobo, e depois saiu em viagem pelo mundo, passando pelos EUA, Japão, Polônia, Alemanha, URSS e França. Em 1935, sob a identidade de Leonnie, foi presa em Paris (como comunista estrangeira) e repatriada para o Brasil, onde começou a trabalhar no jornal "A Platéia". Separada definitivamente de Oswald de Andrade, foi novamente presa e torturada, ficando na cadeia por cinco anos. Ao sair da prisão (em 1940), rompeu com o Partido Comunista; casou-se com o jornalista Geraldo Ferraz, e iniciou intensa participação na imprensa, atuando sobretudo como crítica de arte. Em 1945 saiu o seu segundo romance: "A Famosa Revista", escrito em parceria com Geraldo Ferraz.
Dedicando-se à crítica literária, teatral e de televisão, à produção literária ((escreveu também contos policiais, sob o pseudônimo King Shelter, publicados na revista Detective, dirigida pelo dramaturgo Nelson Rodrigues) e à militância política, Pagú destacou-se, sobretudo, pela coragem de defender seus ideais, característica que lhe rendeu vinte e três prisões, além de muita perseguição, humilhação e tortura.
Aos 52 anos de idade, Patrícia Galvão morreu no dia 12 de dezembro de 1962, pouco tempo depois de ser submetida, em Paris, a uma cirurgia para retirada de um câncer.
Sobre sua principal obra, a crítica especializada escreveu:
"Parque Industrial, que Pagú escreveu ainda muito jovem, foi um marco: é considerado o primeiro romance proletário brasileiro. O livro adentra, com todas as cores reais, o cotidiano das mulheres operárias da década de 30 na região do Brás, em São Paulo. No Parque Industrial de Pagú estão os dias cansados, as ruas, as casas, os quartos, os sonhos das operárias. Lá está a trabalhadora grávida, que perde o amante, o emprego, o filho, a liberdade [...] Pagú mostra o despertar das operárias para a luta. 'O Brás acorda. A revolta é alegre. A greve, uma festa!'. Depois, mostra a repressão. No Parque Industrial, Pagú se veste de todas aquelas mulheres. Ela é Rosinha Lituana, dirigindo e encorajando as colegas. Ela é a esperança de Otávia, é a dor de Corina."
Grygena Targino GRYGENA TARGINO É FORMADA EM PEDAGOGIA PELA UFPB E ALUNA DOS CURSOS DE LETRAS (UFPB) E DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA (UNIPÊ)jg.leituraobrigatoria@hotmail.com
http://www.auniao.pb.gov.br/v2/index.php?option=com_content&task=view&id=38603&Itemid=55
Olhos moles, alma forte
{dezembro de 2010}
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Ela tem lugar garantido na lista das figuras femininas mais importantes do século passado. De aparência e personalidade marcantes, era “a nova mulher brasileira”, segundo o poeta Augusto de Campos. Além de causar burburinho entre o grupo dos modernistas, do qual foi proclamada musa, entregou-se à vida de corpo e alma.
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Enquanto artistas e intelectuais proclamavam o Modernismo brasileiro, Patrícia Galvão era apenas uma garota de 12 anos. É verdade que já fugia dos padrões do lugar em que vivia ao falar palavrões, usar transparências e cabelos eriçados. Mas, apesar de não muito longe do bairro industrial do Brás, a Semana de Arte Moderna de 1922 acontecia alheia à menina de olhar distante. Seis anos se passariam até que ela estivesse entre eles.
A defesa então era pela Antropofagia: que a cultura brasileira não ficasse isolada, abandonada ao tempo, mas continuasse se renovando com as influências estrangeiras. A normalista que enchia cadernos de escritos e publicava artigos no jornal do bairro foi apresentada ao grupo pelo poeta Raul Bopp. E logo apadrinhada pelo casal Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Moça firme dos olhos caídos, lábios pintados de batom escuro, quase roxo, tornou-se musa do movimento. Pagu tem os olhos moles / uns olhos de fazer doer / Bate-coco quando passa / Coração pega a bater / Eh Pague eh! / Dói porque é bom fazer doer, escreveu Bopp. O poeta usou a alcunha Pagu por achar que a moça deveria adotar como nome artístico a primeira sílaba do nome e do sobrenome – ignorando o fato de ela se chamar Patrícia Galvão, e não Patrícia Goulart…
Mas o fato é que Pagu ficou. E ela acabou casando-se com Oswald, 20 anos mais velho, que se separou de Tarsila. Para agravar o caso já controverso para a sociedade de 1930, celebraram a união em frente aos túmulos da família do noivo, no cemitério da Consolação. No mesmo ano, nasceu o filho do casal, Rudá de Andrade.
Nova mulher brasileira
A marca como mulher forte e desejada, no entanto, não é o único nem o maior trunfo de Pagu. Ela fez história própria e foi das principais figuras femininas do século passado. Não à toa, Rita Lee e Zélia Duncan dedicaram a ela uma canção: Não sou atriz, modelo ou dançarina / Meu buraco é mais em cima / Sou rainha do meu tanque / Sou Pagu indignada no palanque.
O poeta Augusto de Campos, seu biógrafo, a anuncia como símbolo da “nova mulher brasileira, sensível, politizada, desreprimida”. E reconhece que seu valor como personagem é maior do que sua obra: “A peripécia política, poética e existencial é que faz dela uma figura fascinante. Pagu foi revolucionária na política, na arte e na prática da vida”.
Ela fez de tudo um pouco. A maior parte da obra está espalhada por artigos de jornal. Produziu críticas literárias e traduziu autores como James Joyce, inédito na época. Depois que morreu, em 12 de dezembro de 1962, os filhos descobriram até histórias policiais criadas por ela, assinadas com pseudônimos e publicadas por Nelson Rodrigues.
Pavio aceso
No movimento Antropofágico, de 1928, Pagu colaborou com artigos e desenhos, além de escrever com Oswald o caderno O Romance da Época Anarquista ou As Horas de Pagu que São Minhas. O casal ainda redigia A Hora do Povo, um jornal panfletário, depois de aderir ao Partido Comunista.
Um encontro com Luís Carlos Prestes, nesse período, mudaria radicalmente a vida da recém-casada. Pagu era um pavio esperando algo que a acendesse, e ali estava a fórmula: “Convicção, grandiosidade do sacrifício e, principalmente, pureza”, dizia o líder comunista.
A musa modernista já não aturava mais as rodas de comunistas nos cafés. Queria agir de verdade, entre o povo, e se colocou à disposição do Partido. Em um comício em Santos, foi presa pela primeira vez – ao longo da vida, seria detida 23 vezes. No Rio de Janeiro, trabalhou como operária em situação de miséria, com posição de destaque entre os líderes comunistas das fábricas. Apesar da recusa do Partido por qualquer tipo de trabalho intelectual, escreveu nesse período sua maior obra literária. Parque Industrial (1933) é um romance urbano, marxista e feminista. Retrata de forma crua a vida dos operários, sem esconder a linguagem do povo e a sexualidade. Quem assina, por ordens partidárias, é o pseudônimo Mara Lobo.
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Depois de abandonar a condição de musa modernista, trabalhou como operária, foi líder trabalhista, escreveu um romance marxista e feminista. Foi presa 23 vezes.
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Retalhos de azul
Uma menina esfarrapada, na praça Vermelha, em Moscou, pedia esmola ao lado do túmulo de Lênin. A cena abalou as convicções de Pagu, mas ela seguiu viagem. Trabalhava como correspondente no Oriente de vários jornais brasileiros. Foi a única latina presente na coroação do último imperador japonês. Por sua amizade com ele, conseguiu trazer soja para ser plantada no Brasil. Ao atuar pelo PC na França, acabou expatriada. Passou então pela prisão mais longa, de cinco anos, naquele tempo de Estado Novo.
A Famosa Revista, segundo e último romance de Pagu, deixa clara a mudança na vida dela. Em 1945, já separada de Oswald e casada há cinco anos com o jornalista Geraldo Ferraz, escreve com ele o que representa a nova crença. Candidata a deputada pelo Partido Socialista Brasileiro, anuncia: “Depois das rajadas de tempestade, colaremos nas retinas úmidas os últimos retalhos de azul”.
Viveu os últimos anos em Santos, adorando o mar e agitando a cultura da cidade. O foco agora era o teatro. Levou para os palcos do litoral paulista gente como Plínio Marcos, Sérgio Mamberti e Zé Celso Martinez Corrêa. Até o fim, era a Pagu que ela mesma havia definido uma vez: “Mulher de ferro com zonas erógenas e aparelho digestivo”.
SAIBA MAIS Paixão Pagu: A autobiografia precoce de Patrícia Galvão (Agir, 2005). Pagu: Vida e obra, de Augusto de Campos (Brasiliense, 1982).
http://www.almanaquebrasil.com.br/ilustres-brasileiros/olhos-moles-alma-forte/
Suástica antes de Hitler
Suásticas antes de Hitler
By Felipe Tofani
Antes das suásticas serem adotadas por Hitler, o mundo vivia muito bem com esse símbolo. De times de hoquéi no gelo passando por embalagens de cerveja e de empresas de remédios, a suástica era um símbolo tão usado que hoje fica até um pouco estranho de observar.
Selecionei algumas imagens aleatórias para esse post mas você pode ver mais no sharenator.com
Newly released files show Hitler's daily routine
By SYLVIA HUI
LONDON (AP) - Nazi dictator Adolf Hitler liked to have bread and marmalade for breakfast and was described as mild-mannered during personal exchanges, according to newly released documents.
Britain's National Archives on Friday made public a previously classified account of Hitler provided by a 19-year-old Austrian deserter, who described the dictator as paranoid about being watched by others and short-tempered during meetings.
"He is mild on personal contact but apt to bang tables and shout during conferences," according to the account given by a prisoner of war identified as SS Schuetze Obernigg. He was said to have been at Hitler's retreat in Obersalzberg in the Bavarian Alps between 1943 and 1944.
Obernigg provided British intelligence officers with a detailed description of Hitler's daily routine at the retreat. Hitler was said to favor waking up at about 10 a.m., breakfasted on coffee, bread and marmalade shortly afterward, and received visitors including his doctor in the afternoon. The accounts show he apparently worked until late in the night and went to sleep as late as 4 a.m.
The deserter also described Hitler's attitude toward his personal guards.
"Hitler cannot bear to feel himself watched ... guards were instructed to keep him in sight but to remain unobserved themselves," said Obernigg, according to the files.
A separate set of files also released by the National Archive Friday showed that Allied forces were deeply concerned about the possible existence of a secret Nazi hideout in the Austrian Alps where Hitler would make a "last desperate stand" after the end of World War II.
Intelligence reports from around 1944 to 1945 suggested that the so-called "Nazi National Redoubt" could hold enough food and weapons in underground caves for up to 60,000 "Nazi fanatics" for two years, according to files made public by Britain's National Archive.
The files contained detailed reports of the training and movement of troops as well as fuel and food in the Alpine area between western Austria and upper Bavaria. An intelligence summary described the mountain base as a place "in which the elite of National Germany will make a last desperate stand."
One report dated April 7, 1945, sourced from French intelligence for the Office of Strategic Services, the precursor to the CIA, said the Germans were planning to take 300,000 to 400,000 foreign prisoners to the hideout.
The documents suggest that the Allies were convinced about the Nazi mountain refuge - although historians say the base turned out to be a myth.
"There was every indication the Nazi regime would fight until the last man," said Mark Dunton, a contemporary history specialist at the National Archive.
"(The Allies) were sort of piecing together various observations about the movements of foodstuffs into this area, and a movement of weapons and gasoline, and they kind of ... put two and two together to make five," he said.
http://apnews.myway.com/article/20101029/D9J59FPO3.html
Por que ler Mein Kampf?
Mein Kampf ou Minha Luta (em bom português) ainda é um dos livros mais polêmicos da história. Para justificar tal polêmica bastaria dizer que trata-se de um livro escrito por Adolf Hitler, mas tal argumento não é suficiente para justificar esta coluna.
Escrito em 1924, período em que Hitler foi preso político, o "livro maldito" é hoje proibido na Alemanha. Os demais países que desejem publicar a a obra nacional-socialista passam por difíceis e complexas negociações com o estado da Baviera (cujo detêm os direitos de publicação). Já em países como Síria e Irã a obra do líder nazista é recorde de vendas.
A bíblia nazista (termo pejorativo, posteriormente adotado pelos simpatizantes de Hitler) pode gerar dores de cabeça em quem quiser debater sobre a liberdade de expressão. Eu vejo por outro lado:
Hoje em dia os campos de concentração são preservados para gerações futuras saberem o que aconteceu, com o mesmo objetivo temos o museu do holocausto, centenas de livros publicados, depoimentos de sobreviventes, filmes sobre a guerra, sobre a perseguição judaica e sobre os generais de Hitler. Todos nós sabemos quais as consequencias do pensamento germano-imperialista porém poucos conhecem o seu início.
Já ouvi muitas teorias como: o pai de Hitler seria judeu e batia nele; a mãe de Hitler fora estuprada por um judeu ou as idéias eugenistas de Hitler devem-se à um homossexualismo recalcado. Todas estas teorias esdrúxulas são frutos da ignorância. O nazismo veio de algum lugar. Em Mein Kampf Hitler faz uma autópsia da situação política-econômica-social da Alemanha do início do séc. XX. O que ajuda a entender o surgimento do nacional-socialismo.
Hitler escreve sobre sua infância pobre, sua vida como operário, identificação com a classe operária, a luta na guerra, sua entrada no partido trabalhista alemão e a fundação do "Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães". Hitler ensina como ganhar uma eleição, adquirir a identificação do "povão" e como fazer a propaganda política. Estas e outras armas são utilizadas até hoje em vários países, inclusive no Brasil.
Inibir o Mein Kampf pode até auxiliar no combate ao nazismo mas abre brechas para outros movimentos igualmente perigosos com início semelhante, o qual quase ninguém conhece. Finalizando meu argumento cito "Mein Kampf - A história do livro" escrito por Antoine Vitkume da editora Nova Fronteira. O autor pesquisou a história da obra, concluindo que a pesar da vendagem de 12.5 milhões de exemplares a bíblia nazista não é tão influente como se pensa, a maioria dos criminosos nacionais-socialistas admitem nunca terem lido o "Mein Kampf" mostrando que a ignorância é muito mais perigosa do que qualquer livro.
Diego Tiscar é psicólogo clínico e colunista do Olhar nacional.
dtiscar@gmailcom
A Biografia definitiva
"Biografia definitiva" de Hitler chega ao Brasil
A "biografia definitiva do Führer", como é chamada internacionalmente, finalmente será lançada no Brasil. "Hitler", publicada originalmente em duas partes (1998-2000), terá edição em volume único. A obra foi escrita pelo historiador Ian Kershaw, uma das maiores autoridades sobre o assunto e consultor de história da rede BBC.
Reprodução
A trajetória, as atitudes e as hesitações do ditador são investigadas pelo autor, uma busca por explicações para a ascensão do ditador.
O texto é fundamentado em vasta documentação acadêmica e no diário --descoberto apenas na década 1990-- de Joseph Goebbels (1897-1945), ministro da propaganda nazista. Kershaw, mesmo autor de "Dez Decisões que Mudaram o Mundo (1940-1941)" (Companhia das Letras, 2008), nasceu numa Inglaterra devastada pelos bombardeios alemães, em 1943.
Traduzido por Pedro Maia Soares e publicado pela Companhia das Letras, o livro, com lançamento previsto para o dia 23 de novembro deste ano, já está em pré-venda na Livraria da Folha.
Visite a estante dedicada às ciências humanas
*Livraria da Folha
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